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Falta de medicamentos em Limeira: morador relata dificuldades e situação é abordada na Câmara

Na última quinta-feira (27) um morador de Limeira entrou em contato com o Portal Veloz para denunciar a falta de medicamentos na cidade. Segundo ele, ao procurar pelos remédios de uso contínuo tanto para si quanto para sua mãe em postos de saúde da cidade, foi informado de que os itens estavam em falta em toda a rede municipal. A previsão para reposição, segundo um atendente da Unidade Básica de Saúde (UBS) Nova Suíça, seria somente no final de março. Os medicamentos procurados foram o Alprazolam e a Sertralina, receitados para pessoas que sofrem com ansiedade e/ou depressão, entre outros.

A situação forçou o munícipe a arcar com os custos dos medicamentos, que, juntos, somaram R$ 1.219,80. Em seu relato, ele falou sobre a dificuldade financeira por conta da falta de medicamentos na rede pública, afirmando que o valor foi retirado de sua poupança, uma vez que ele não tem condições de ficar sem os medicamentos para o seu tratamento, nem sua mãe.

Além da denúncia, o problema também foi discutido na Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Limeira, com a presença do secretário interino da Saúde, Alexandre Ferrari, e o superintendente do Cismetro Limeira, Messias Humberto de Oliveira. Durante a reunião, o vereador Zé da Farmácia (Solidariedade) questionou o secretário sobre a previsão para regularização da falta de medicamentos de uso contínuo. Ferrari afirmou que a situação está sendo gradualmente resolvida e que, atualmente, cerca de 30 itens estão em falta. A previsão inicial para a regularização era até o final de fevereiro, mas foi estendida até a primeira quinzena de março.

Foto: Câmara de Limeira

Sobre o processo de compra, Alexandre respondeu que por muito tempo funcionou por ata de registro de preços, uma modalidade de contratação de fornecedores. O Município chegou a fazer três grandes compras a cada quadrimestre, mas para fazer essa compra é necessário recursos, conforme apontado pelo secretário. “Para pedir o medicamento é necessário o empenho, então essa compra funciona quando se tem recursos e funcionou perfeitamente até a pandemia, após a pandemia o valor dos medicamentos subiu”, contextualizou. Foi informado ainda aos vereadores que, no ano passado, não foram realizadas três, mas apenas duas grandes compras. “A falta de recursos da Secretaria atrapalhou a compra de medicamentos”, considerou.

Por outro lado, uma notícia positiva para o município foi compartilhada por Ferrari: o Governo Federal vai incorporar 11 medicamentos que anteriormente eram fornecidos pela Prefeitura ao programa Farmácia Popular. Com essa incorporação, segundo ele, haverá uma “sobra” de quase 1 milhão de medicamentos por ano no estoque para realocação de outros itens na rede municipal.

No entanto, a denúncia do munícipe ao Portal Veloz reflete a realidade de muitos moradores de Limeira: a dificuldade em conseguir medicamentos de uso contínuo essenciais para tratamento.

Uma solicitação de nota oficial foi encaminhada para a Prefeitura de Limeira questionando se já existe um prazo para a normalização dos estoques e quais são as medidas que estão sendo tomadas para amparar os munícipes na mesma situação que o nosso denunciante. Confira na íntegra:

A Secretaria de Saúde esclarece que, a fim de regularizar os estoques, tem se empenhado para agilizar, com a maior rapidez possível, a compra dos medicamentos que são de responsabilidade do município. Segundo a pasta, a falta de remédios é resultado da baixa quantidade mantida desde 2024.
 
Parte dos medicamentos já está com o estoque normalizado. No caso dos dois ora questionados, por se tratarem de remédios controlados, a compra exige um trâmite burocrático complementar, por isso, a regularização está demandando um prazo maior. Ainda assim, a previsão de normalização do estoque é para a primeira quinzena de março.
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