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Morre Lindomar Castilho, o “Rei do Bolero”, aos 85 anos

Cantor foi um dos maiores vendedores de discos do Brasil nos anos 1970; carreira de sucesso ficou marcada pelo assassinato da ex-esposa, Eliane de Grammont, em 1981

 Morreu neste sábado (20), aos 85 anos, o cantor e compositor Lindomar Castilho, um dos nomes mais populares da música brasileira nas décadas de 1960 e 1970. Conhecido como o “Rei do Bolero”, ele se destacou pelo estilo sentimental e pela interpretação intensa, que o transformaram em um dos maiores vendedores de discos do país naquele período.

 A morte foi anunciada por sua filha, Lili de Grammont, por meio das redes sociais. Em uma publicação no Instagram, ela refletiu sobre a relação marcada por dores profundas e declarou desejar que o pai encontre cura espiritual. “Se eu perdoei? Essa resposta não é simples como um sim ou não. Ela envolve tudo e todas as camadas das dores e delícias de ser, um ser complexo e em evolução”, escreveu.

 Nascido em 21 de janeiro de 1940, em Rio Verde (GO), Lindomar Castilho chegou a cursar Direito e trabalhou como escrivão de polícia antes de se dedicar integralmente à música. No início dos anos 1960, foi descoberto pelo produtor Diogo Mulero, que o orientou artisticamente e sugeriu o nome pelo qual ficaria nacionalmente conhecido.

 Em 1962, lançou seu primeiro LP, “Canções que Não Se Esquecem”, com interpretações de clássicos consagrados por Vicente Celestino. A partir daí, construiu uma carreira marcada por enorme apelo popular, especialmente com boleros, sambas-canção e baladas românticas.

 Durante o auge, entre os anos 1960 e 70, Lindomar Castilho emplacou sucessos que atravessaram gerações, como “Você É Doida Demais”, “Eu Amo a Sua Mãe”, “Tudo Tem a Ver” e “Chamarada”. A canção “Você É Doida Demais”, lançada em 1973 e composta em parceria com Ronaldo Adriano, voltou a ganhar destaque décadas depois ao ser utilizada como abertura do seriado “Os Normais”, da TV Globo.

 Apesar da consagração artística, a trajetória de Lindomar Castilho ficou profundamente marcada por um episódio criminal que chocou o país. Em 1981, ele assassinou a ex-esposa, a cantora Eliane de Grammont, durante uma apresentação em São Paulo. O caso teve ampla repercussão nacional e se tornou um símbolo da violência contra a mulher, impactando de forma definitiva sua imagem pública.

 Mesmo após o crime, o nome de Lindomar Castilho permanece associado a uma fase de grande popularidade da música romântica brasileira, ao mesmo tempo em que sua história carrega um legado controverso, que segue sendo debatido sob diferentes perspectivas artísticas, sociais e históricas.

 A causa da morte não foi divulgada até o momento. (Renan Isaltino)

Foto: divulgação capa disco Lindomar Castilho

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