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Messias liga para senadores e faz maratona em gabinetes em busca de apoio ao STF

Indicado de Lula reforçou campanha após Alcolumbre definir data para sabatina; governo vê desafio e pode tentar adiar votação

Com calendário apertado, o advogado-geral da União, Jorge Messias, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao STF (Supremo Tribunal Federal), corre contra o tempo em busca de apoio dos senadores para ser aprovado.

A sabatina dele está marcada para o dia 10 de dezembro na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Depois, o nome dele será votado no plenário do Senado, onde ele precisa de ao menos 41 votos favoráveis para ser confirmado no STF.

Apesar de o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), já ter estabelecido um calendário com prazo curto para Messias, a Casa ainda não recebeu a indicação oficial do Planalto para iniciar o rito. Essa falta de comunicação ajudou a intensificar a tensão com o governo.

Alcolumbre queria que Lula indicasse o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso, que se aposentou em outubro. Como o presidente optou por Messias, Alcolumbre ficou insatisfeito.

Governistas admitem um cenário de dificuldade para Messias conseguir apoio. Líderes consideram, nos bastidores, a possibilidade de adiar a sabatina.

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) foi um dos primeiros a receber Messias, nessa quarta (26), e chamou a reunião de “encontro de cortesia”. Depois, o indicado do presidente Lula falou com ao menos outros três parlamentares.

A ideia dele é encontrar todos os 81 senadores, seja por ligação ou pessoalmente, até a data de votação. Messias já tentou contato com Alcolumbre, mas tem sido ignorado.

“Gosto muito do presidente Alcolumbre, estou tentando falar com ele, no momento certo ele vai me atender”, disse Messias a jornalistas nessa quarta.

Menos de 30 votos

Nos corredores, as conversas dos partidos indicam que o advogado-geral da União teria menos de 30 votos.

O senador Omar Aziz (PSD-AM) acredita que a dificuldade enfrentada por Messias não tem relação com a capacidade dele, mas sim em função do acirramento político na Casa. Segundo ele, o Senado “está muito dividido”.

Nos últimos dias, Alcolumbre rompeu as relações com o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). O presidente da Casa não gostou de não ter sido avisado antecipadamente que Lula indicaria Messias ao STF.

Otimismo

O senador Humberto Costa (PT-PE), por outro lado, está otimista e diz que a saída é encontrar um entendimento entre todos os lados.

“Acho que a gente vai ter condição de chegar no dia da escolha e ter a maioria para Messias. Eu acho que, muito mais do que uma briga, poderíamos tentar encontrar um entendimento”, comentou.

 

Fonte: R7

Foto: José Cruz/Agência Brasil

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