Portal Veloz

Isenção do IR: projeto aguarda aval do Senado e ainda deve passar por comissão

Sem relator definido na Casa, texto precisa ser aprovado ainda neste ano para entrar em vigor em 2026

Aprovado na semana passada pela Câmara dos Deputados, o projeto de lei que amplia a isenção do IR (Imposto de Renda) a quem ganha até R$ 5.000 aguarda votação no Senado.

Antes de ir a plenário, contudo, a proposta deve passar pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), presidida pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator de um texto alternativo que foi aprovado pela comissão antes da votação na Câmara.

Rival do deputado Arthur Lira (PP-AL), relator do IR na Câmara, Renan alegou suposta demora da Câmara na análise da proposta. Assim, pautou a votação do texto alternativo na CAE. A apreciação dele teria surtido efeito, resultando na votação na Câmara.

Apesar de não haver uma data oficial para o Senado analisar o texto aprovado pelos deputados, a ideia é que a votação ocorra até novembro. Até o momento, no entanto, não foi escolhido um relator para a proposta.

Para entrar em vigor em 2026, como prevê o governo, a medida precisa ser aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Lula ainda em 2025.

Segundo o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), o parecer da Câmara não deve ser modificado, e a tramitação tende a ser rápida.

“Não tem mudança a ser feita no texto proveniente da Câmara. O texto vindo ao Senado, espero que a tramitação seja rápida, producente e com a mesma aclamação que teve por parte da Câmara dos Deputados”, declarou Rodrigues.

Na Câmara, com a ajuda de Arthur Lira, o governo conseguiu impedir que a oposição ampliasse a faixa de isenção para R$ 10 mil sem indicar outras fontes de compensação.

Os oposicionistas também queriam mudar uma das fontes de compensação, que é a taxa progressiva de até 10% sobre a renda de quem recebe a partir de R$ 50 mil por mês. Contudo, a oposição não teve sucesso.

Entenda a proposta

A adequação na faixa de isenção foi proposta pelo governo. Além de definir que não mais haverá cobrança de Imposto de Renda a quem recebe até R$ 5.000, o projeto traz uma isenção parcial a pessoas com salários entre R$ 5.001 e R$ 7.350.

A previsão, segundo o relatório de Lira, é de que a isenção total beneficie 14 milhões de pessoas, enquanto a cobrança parcial alcance 500 mil.

A readequação tributária tem um custo estimado de R$ 25 bilhões, segundo o Ministério da Fazenda. Para compensar esses valores, uma das alternativas do projeto é a taxação adicional aos super-ricos.

Essa mudança prevê uma cobrança gradual a quem recebe a partir de R$ 50 mil por mês, ou R$ 600 mil por ano. A alíquota pode alcançar 10% para rendimentos iguais ou superiores a R$ 1,2 milhão por ano.

A cobrança é prevista com a criação do IRPFM (Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas Mínimo).

O relatório de Lira diz que essa tarifa será cobrada “de modo proporcional ao valor dos rendimentos apurados até o limite de 10%”.

“Quando o valor dos rendimentos for igual ou superior a R$ 1,2 milhão, a alíquota será de 10%”, detalha o texto.

 

Fonte: R7

Foto: Carlos Moura/Agência Senado

×

Buscar no Portal Veloz