Investigação aponta que facção carioca cooptava agentes de segurança em Limeira para atacar membros do PCC e assumir rota estratégica de tráfico no interior de SP
A Polícia Civil prendeu nesta segunda-feira (5) dois policiais militares e um guarda civil municipal suspeitos de integrarem uma célula do Comando Vermelho (CV) no interior de São Paulo. As prisões fazem parte do desdobramento de uma investigação que revelou uma atuação articulada da facção carioca no município de Limeira. O Portal Veloz mostrou em primeirão mão no momento das prisões. A atuação tem com o objetivo de eliminar rivais do Primeiro Comando da Capital (PCC) e assumir o controle da “Rota Caipira”, uma das principais rotas do narcotráfico no país.
Segundo apurado pelo Portal Veloz, matadores profissionais eram recrutados e escalados pelo CV para executar membros do PCC e facilitar o avanço da organização fluminense no território paulista. A Rota Caipira é considerada estratégica para o escoamento de cocaína vinda da Bolívia e da Colômbia, além do transporte de armas de grosso calibre e material bélico roubado ou contrabandeado.
De acordo com trechos de documentos policiais obtidos pela equipe do Portal Veloz, o Comando Vermelho cooptava agentes públicos “alinhados aos interesses expansionistas” da facção, com o objetivo de alterar o domínio geocriminal da região. A atuação da célula local envolvia assassinatos, tráfico de drogas e armas, corrupção ativa e passiva, além da clonagem de veículos.
Ainda segundo a investigação, parte do armamento transportado pela rota era destinada ao Rio de Janeiro, onde os fuzis e munições são utilizados na guerra entre narcoterroristas nos morros da capital fluminense. A ofensiva da facção no interior paulista é vista pelas autoridades como uma tentativa do CV de ampliar sua área de influência fora do eixo Rio de Janeiro–fronteira.
As prisões desta segunda-feira são consideradas um avanço crucial para conter a infiltração da facção em estruturas de segurança pública. A Polícia Civil mantém sigilo sobre outras etapas da investigação, que segue em andamento.
A Corregedoria da Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública ainda não se manifestaram oficialmente sobre o envolvimento dos agentes detidos. (Renan Isaltino)