A vereadora Amanda Vettorazzo (União Brasil) pediu, via emendas parlamentares, a compra de um canhão sonoro para dispersar multidões e um carro blindado para a GCM (Guarda Civil Metropolitana) de São Paulo. Os valores totalizam R$ 1 milhão.
Em uma das requisições de movimentações orçamentárias, está prevista a compra do equipamento LRAD (Dispositivo Acústico de Longo Alcance, na tradução direta do inglês), uma espécie de alto-falante super potente, capaz de projetar sons de até 160 decibéis, mais alto do que a decolagem de um jato, o que torna o ambiente intolerável para humanos.
No documento que justifica o gasto de R$ 400 mil, a vereadora informou que o equipamento será usado durante operações da GCM para dispersar bailes funks na periferia da cidade.
Em nota, o gabinete da vereadora afirmou que a “tecnologia do alto-falante do LRAD vai muito além da função de dispersar multidão”, pois trata-se de um meio de comunicação eficiente em casos de emergência e necessidade de controle do fluxo de pessoas.
“É possível utilizar o LRAD para dispersar multidões, como, por exemplo, em um pancadão ilegal que perturbe o sossego público de madrugada”, informou o gabinete. “Nesse caso, a dispersão da multidão é feita de forma indolor e segura, tanto para o munícipe como para o policial municipal”, completou.
Outra emenda da mesma parlamentar destina R$ 600 mil para a compra de um veículo blindado para a GCM. Segundo a equipe de Amanda, a indicação é de uso do carro blindado em conjunto com o alto-falante do LRAD.
No total, a vereadora irá destinar R$ 1 milhão em emendas para a secretaria de Segurança Urbana.
Procurada, a secretaria informou que a aquisição do canhão sonoro irá passar por avaliação técnica do Departamento de Suprimentos da GCM, assim como ocorre com a compra de novos equipamentos. Caso não seja adquirido, a secretaria irá informar a parlamentar a forma como o valor da emenda será aplicado.
A Câmara Municipal de São Paulo instalou em maio a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Pancadões para investigar o papel dos órgãos públicos na fiscalização da perturbação do sossego gerada por festas clandestinas na cidade
Para este ano, a Câmara irá receber R$ 275 milhões para a reserva de contingência, uma espécie de fundo para as emendas parlamentares. Cada um dos 55 vereadores deve receber R$ 5 milhões, segundo critérios do Executivo.
A vereadora é autora da chamada Lei anti-Oruam, que proíbe a contratação com dinheiro público de shows que façam apologia ao crime. O texto faz referência ao rapper Oruam, filho do traficante Marcinho VP, conhecido como um dos líderes da facção carioca Comando Vermelho e preso desde 2006.
Em janeiro, a vereadora afirmou ter registrado boletim de ocorrência contra o rapper carioca por suposta ameaça, injúria e difamação.
Conforme vídeo publicado nas redes sociais, ela acusou o cantor de incitar seguidores a entrar no perfil dela após a vereadora propor o projeto de lei. Em reposta, o rapper publicou um vídeo em que aparece chamando Amanda de “bobona”, “idiota” e “doente mental”. “Nós canta o que nós vive”, disse o rapper. “Quando é um playboy cantando, fazendo apologia ao que não vive, ninguém fala nada”, continuou.
O projeto de lei foi aprovado por um congresso de comissões e pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, e deve seguir para votação em plenário.
Fonte: R7
Foto: redes sociais