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Veja o que se sabe sobre os protestos em Los Angeles contra as operações de imigração do govenro Trump

Protestos contra as operações de imigração conduzidas pelo governo do presidente Donald Trump têm gerado tensões na cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos. Ao menos 147 pessoas já foram presas.

As manifestações, que começaram na sexta-feira (6), intensificaram-se com a chegada de cerca de 2.000 soldados da Guarda Nacional, que foram enviados no domingo (8) por ordem do presidente.

Como os protestos começaram?

Os protestos eclodiram na sexta-feira (6) após operações do ICE (Serviço de Imigração e Controle de Aduana) em um distrito de Los Angeles, onde agentes federais realizaram batidas em busca de imigrantes indocumentados.

As batidas, que também ocorreram em locais de trabalho dos imigrantes visados, geraram revolta entre trabalhadores e moradores, especialmente nas comunidades latinas, bastante afetadas pelas operações.

Segundo o jornal The New York Times, manifestantes gritaram e atiraram ovos contra os policiais, que usaram spray de pimenta, balas de borracha e gás lacrimogêneo para conter os protestos.

No sábado (7), as manifestações se espalharam para o centro da cidade e para áreas como Paramount, uma cidade de maioria latina a 24 km ao sul de Los Angeles.

Bill Essayli, autoridade policial do governo Trump no sul da Califórnia, mais de 100 pessoas foram presas na sexta-feira, e pelo menos outras 20 no sábado, a maioria em Paramount.

No domingo (8), os protestos se intensificaram com a chegada das tropas da Guarda Nacional, enviadas por Trump para proteger prédios federais, como o Centro de Detenção Metropolitano.

Segundo a rede CBS News, manifestantes bloquearam a rodovia 101, que atravessa Los Angeles, incendiaram carros e picharam prédios, incluindo a sede da polícia de Los Angeles e o Tribunal dos EUA.

A polícia declarou as manifestações como “ilegais”, utilizando gás lacrimogêneo, balas de borracha e granadas de efeito moral para dispersar a multidão. O jornal Los Angeles Times disse que ao menos 27 pessoas foram presas no domingo.

Ainda no domingo, uma repórter australiana foi atingida na perna por uma bala de borracha enquanto cobria os protestos. Lauren Tomasi fazia uma entrada ao vivo no canal australiano “9news” quando foi alvejada. Ela estava de costas para o agente que fez o disparo.

O que é a Guarda Nacional e por que ela foi enviada?

A Guarda Nacional é um braço das Forças Armadas dos EUA que pode ser mobilizado tanto por governadores estaduais quanto pelo presidente. Geralmente, os membros têm empregos civis e são convocados para situações como desastres naturais ou distúrbios civis.

Trump justificou a mobilização como necessária para conter “turbas violentas” que, segundo a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, atacaram policiais e agentes federais.

“A ordem será restaurada”, disse Trump em uma publicação na rede social Truth Social. O republicano também pediu a prisão de manifestantes mascarados.

Qual é o contexto dos protestos?

Os protestos ocorrem em meio a uma nova fase das políticas de repressão imigratória do governo Trump, que intensificou batidas policiais em locais de trabalho para deter imigrantes indocumentados.

Los Angeles, uma das maiores cidades dos EUA, com cerca de 4 milhões de habitantes e uma significativa população latina, tornou-se um ponto central dessas ações devido à forte presença de comunidades imigrantes e à resistência local contra as ações federais.

Segundo autoridades federais, mais de 100 imigrantes foram presos na região em uma semana.

O que dizem as autoridades?

A decisão de Trump de enviar a Guarda Nacional para Los Angeles ocorreu sem o consentimento do governador da Califórnia, Gavin Newsom, que tem criticado a ação do republicano.

Newsom, do Partido Democrata, chamou a ordem de Trump de “propositalmente inflamatória” e uma “grave violação da soberania do estado”. Ele disse que a Califórnia tem recursos policiais suficientes e que a mobilização federal visa criar “um espetáculo”.

A prefeita de Los Angeles, Karen Bass, também criticou a presença da Guarda Nacional, Ela disse que a cidade pode lidar com os protestos e que a medida federal agravou as tensões. O procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, reforçou que as autoridades locais têm capacidade para gerenciar a situação.

O governo Trump, por outro lado, critica a gestão dos protestos pelas autoridades locais. Stephen Miller, vice-chefe de gabinete da Casa Branca, classificou os protestos como uma “insurreição”. Já o secretário de Defesa, Pete Hegseth, ameaçou enviar fuzileiros navais caso a violência continue, segundo a CBS News.

 

Fonte: R7

Foto: Reprodução/X/@commiepommie

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