
Tesouro aprova crédito de até R$ 12 bilhões para os Correios, mas uso em 2025 será limitado a R$ 5,8 bilhões
Operação teve custo financeiro reduzido e integra plano de reestruturação da estatal, sem impacto na meta fiscal do governo O Tesouro Nacional aprovou nesta quinta-feira (18) uma operação de crédito de até R$ 12 bilhões para os Correios, com taxa de juros equivalente a 115% do custo de captação. Apesar do valor total autorizado, a estatal poderá utilizar, em 2025, apenas R$ 5,8 bilhões, limite correspondente ao déficit primário previsto para o ano. Em nota, o Tesouro informou que a operação aprovada reduziu de forma significativa o custo financeiro inicialmente estimado pela empresa. Segundo o comunicado, a nova estrutura representa uma economia de quase R$ 5 bilhões em juros em comparação à proposta anteriormente cogitada pelos Correios. A operação foi estruturada com a participação de cinco instituições financeiras, sendo três privadas e duas públicas, e respeitou o teto de juros definido pela Secretaria do Tesouro Nacional, de 120% do CDI, para financiamentos com garantia da União. O crédito passou pela análise de capacidade de pagamento exigida para estatais que possuem plano de reequilíbrio econômico-financeiro aprovado. A partir de agora, as minutas contratuais serão negociadas entre as partes, sob supervisão da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e do Tesouro Nacional. Apesar da autorização para captação de até R$ 12 bilhões, os Correios só poderão executar, em 2025, despesas que resultem no déficit primário revisado de R$ 5,8 bilhões, conforme indicado no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias (RARDP) do 5º bimestre. Assim, os recursos serão direcionados exclusivamente para despesas já previstas dentro dos limites fiscais vigentes. Para viabilizar a operação, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou uma resolução que criou um sublimite específico de R$ 12 bilhões para operações de crédito com garantia da União destinadas aos Correios. A medida faz parte do plano de reestruturação econômico-financeira da empresa, aprovado no último dia 10 pela CGPAR. Com a decisão, o limite global anual para contratações de operações de crédito em 2025 foi ampliado de R$ 27,4 bilhões para R$ 39,4 bilhões. Segundo o Ministério da Fazenda, a criação do sublimite não impacta a meta de resultado primário do governo federal. (Renan Isaltino)













