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Saúde publica portaria que cria sala de situação para monitorar intoxicação por metanol

Medida já havia sido anunciada pela pasta, mas foi oficializada em publicação no Diário Oficial nesta segunda-feira

O Ministério da Saúde publicou nesta segunda-feira (6) portaria que cria a Sala de Situação Nacional para monitorar os casos de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. A medida já havia sido anunciada pela pasta na semana passada, mas foi oficializada em publicação no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (6).

Até a tarde de domingo, o Ministério acompanhava 225 casos suspeitos de intoxicação pelo produto químico. Desses, 16 foram confirmados e 209 estavam em análise. A maior parte se encontra em São Paulo (14 confirmados e 178 em investigação), mas outros 11 estados e o DF já possuem notificações (veja lista abaixo).

De acordo com a portaria assinada pelo ministro Alexandre Padilha, a estrutura será responsável por:

  • Monitorar e analisar casos suspeitos e confirmados de intoxicação por metanol, com base em dados do Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde;
  • Apoiar tecnicamente gestores do SUS na investigação de surtos, medidas de controle e manejo clínico dos pacientes;
  • Articular a Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica, os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN) e demais estruturas envolvidas na resposta;
  • Consolidar informações epidemiológicas e laboratoriais para orientar decisões estratégicas e ações de comunicação de risco à população;
  • Elaborar protocolos e planos de contingência para prevenção e resposta rápida a novos casos;
  • Promover capacitação de profissionais de saúde sobre diagnóstico e tratamento das intoxicações por metanol.

A coordenação da Sala ficará a cargo da SVSA (Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente). O grupo contará com representantes de diversos órgãos e entidades, como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), o Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), a Ebserh, além dos ministérios da Agricultura e Pecuária e da Justiça e Segurança Pública.

A portaria determina que a sala de situação permaneça ativa enquanto houver risco sanitário e necessidade de monitoramento nacional, podendo ser desativada por decisão do ministro após avaliação técnica.

Veja lista de casos confirmados e suspeitos:

  • Distrito Federal – 1 (suspeito)
  • Goiás – 2 (suspeitos)
  • Mato Grosso do Sul – 5 (suspeitos)
  • Mato Grosso – 1 (suspeito)
  • Pernambuco – 10 (suspeito)
  • Paraná – 2 (suspeitos) e 2 (confirmados)
  • Rondônia – 1 (suspeito)
  • São Paulo – 178 (suspeitos) e 14 (confirmados)
  • Piauí – 2 (suspeitos)
  • Rio Grande do Sul – 2 (suspeitos)
  • Rio de Janeiro – 1 (suspeito)
  • Paraíba – 1 (suspeito)
  • Ceará – 3 (suspeitos)

Teste para identificar adulteração

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) criaram um método simples e barato que, em poucos minutos, identifica adulterações em bebidas alcoólicas destiladas. O teste foi desenvolvido em 2023 no Instituto de Química (IQ) da universidade em Araraquara, no interior de São Paulo, e patenteado no mesmo ano. Na época, não houve interesse para a produção comercial. O kit custa entre R$ 10 e R$ 15 e, no caso das bebidas, dá o resultado em 15 minutos.

Conforme a Agência Unesp de Inovação, o teste é mais barato, rápido e eficiente do que as metodologias disponíveis atualmente para detecção das quantidades de metanol em combustíveis e bebidas. Ainda segundo a agência, o teste não exige mão de obra especializada nem laboratórios altamente equipados.

A invenção foi patenteada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), com a denominação “Método colorimétrico quantitativo e kit portátil para detecção do teor de metanol em etanol, gasolina, bebidas alcoólica destiladas e vinagre”, em 20 de junho de 2023.

O processo começa com a adição de um sal à amostra da bebida ou combustível, transformando o metanol em formol. Em seguida, um ácido é usado para gerar mudança de cor na solução, que indica a presença de metanol.

A técnica foi aplicada em amostras de gasolina, etanol, vodca, cachaça e uísque, apresentando 100% de precisão nas análises. O tempo para aparecer o resultado é de 15 minutos para bebidas alcoólicas e 25 minutos para combustíveis.

A coloração final permite classificar o teor de metanol na mistura de forma visual:

  • Cor verde: sem quantidades significativas de metanol.
  • Cor verde amarronzado: presença de 0,1% a 0,4% de metanol
  • Cor marrom: presença de 0,5% a 0,9% de metanol
  • Cor roxa: presença de 1% a 20% de metanol
  • Cor azul marinho: de 50% a 100% metanol

 

Fonte: R7

Foto: José Cruz/Agência Brasil

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