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SAAE alerta sobre a atual situação hídrica e medidas adotadas para garantir o abastecimento

Decreto que restringe uso de água é preventivo e de conscientização

 O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) esclarece pontos sobre a atual situação hídrica de Cordeirópolis. Na última semana, decreto da prefeita Cristina Saad proibiu o uso de água potável para lavar calçadas e carros, por exemplo. O objetivo é conscientizar para a utilização responsável da água e evitar a escassez nos próximos meses de estiagem.

 Segundo o SAAE, Cordeirópolis conta hoje com três pontos principais de captação de água: Santa Marina 1, Barro Preto e Cascalho. No final de 2023, a captação em Ibicaba foi desativada, com a retirada da tubulação devido à baixa viabilidade operacional. Além disso, o município conta com uma reserva estratégica menor do que o divulgado anteriormente: são duas cavas de argila – e não três – sendo que uma delas pertence a Santa Gertrudes e já foi requisitada por outra concessionária de saneamento.

Problemas estruturais

 A atual administração encontrou o sistema hídrico com diversos problemas estruturais. As quatro bombas de captação móvel foram entregues com defeitos, algumas, inclusive, com motor fundido, e mais de 3.000 metros de tubos de alumínio desapareceram entre 2019 e 2025. Além disso, foram herdadas dívidas com fornecedores, energia elétrica e com a agência reguladora ARES-PCJ, que estão sendo regularizadas.

 “O decreto de alerta hídrico publicado pela Prefeitura tem como objetivo conscientizar a população para evitar o racionamento. A medida é preventiva e diferente do rodízio que vinha sendo adotado anteriormente. Agora, as paradas no abastecimento são planejadas, divulgadas e documentadas”, explicou o presidente do SAAE, Marco Gomes da Silva.

Nova represa

 Apesar de a nova represa de Santa Marina ter sido anunciada com capacidade de 1,5 bilhão de litros, a atual gestão do SAAE verificou que o volume real é de aproximadamente 400 milhões de litros – cerca de 30% da estimativa inicial, suficiente para atender apenas 45 dias do consumo atual do município. Esses dados constam no estudo do projeto executivo da barragem, feito pela gestão passada, à época das obras.

 Segundo o presidente do SAAE, a comporta da represa foi entregue danificada e passará por manutenção em setembro, o que exigirá o esvaziamento temporário da represa.

 “A área da represa foi encontrada sem manutenção, com vegetação alta e danos à mata ciliar. Desde então, a prefeitura realizou a limpeza e o local está pronto para receber o replantio de mudas, conforme determinação da Cetesb”, cita Silva.

Convênio e novos loteamentos

 De acordo com o presidente do SAAE, mesmo com o convênio de R$ 5 milhões para construção da adutora e sistema de bombeamento, o município recebeu os recursos sem projeto técnico nem autorizações para início da obra. A atual gestão está na fase final de elaboração do projeto para garantir o uso responsável dos recursos.

 Outro ponto de atenção identificado foi a liberação de 12 loteamentos em 2024 sem estrutura mínima de saneamento. “Isso poderia comprometer o sistema de abastecimento, que já opera com 90% da capacidade”, ressaltou Silva. “Estamos reestruturando o SAAE com base técnica, responsabilidade fiscal e planejamento. Nosso foco é garantir segurança hídrica, equilíbrio financeiro e respeito à população”, completou.

Foto: Prefeitura de Cordeirópolis

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