Aos 80 anos, Larry Ellison ultrapassou Mark Zuckerberg e Jeff Bezos e se tornou a segunda pessoa mais rica do planeta, de acordo com a lista da revista Forbes, com fortuna estimada em cerca de US$ 262,2 bilhões (cerca de R$ 1,4 trilhão).
Cofundador da Oracle em 1977, ele transformou uma start-up modesta em um gigante global de software, cuja valorização recente o levou ao topo do ranking de bilionários, atrás apenas de Elon Musk.
A impressionante alta das ações da Oracle adicionou mais de US$ 40 bilhões à fortuna de Ellison em apenas dois dias. O bilionário é o maior acionista individual da empresa, com cerca de 41% das ações.
Nascido no Bronx, em Nova York, Ellison enfrentou uma infância marcada por mudanças: foi criado pelos tios adotivos em Chicago após ser entregue pela mãe biológica ainda bebê. Ele abandonou a faculdade duas vezes antes de migrar para a Califórnia, onde encontrou no nascente universo tecnológico a oportunidade de se reinventar.
Após experiências em empresas como Wells Fargo e Amdahl, ele fundou a Software Development Laboratories, embrião da Oracle, ao lado de Bob Miner e Ed Oates. A empresa foi pioneira na criação de bancos de dados relacionais comerciais, rapidamente se tornando referência no setor.
O sucesso, porém, veio acompanhado de desafios. Em 1990, a Oracle enfrentou uma crise grave por erros contábeis e quase foi à falência, tendo de demitir 10% da força de trabalho. A reviravolta veio dois anos depois, com o lançamento do Oracle 7, que consolidou a liderança da empresa no segmento e transformou Ellison em bilionário aos 49 anos. Desde então, ele conduziu uma série de aquisições estratégicas, como as compras da Sun Microsystems e NetSuite, ampliando o alcance da Oracle para áreas como computação em nuvem e infraestrutura corporativa.
Com uma trajetória marcada por ousadia, Ellison sempre esteve à frente das tendências tecnológicas, apostando no impacto da internet nos negócios ainda nos anos 1990 e, mais recentemente, tornando a Oracle protagonista na corrida da inteligência artificial.
Em janeiro de 2025, ele esteve ao lado de Donald Trump no anúncio do Projeto Stargate, uma iniciativa bilionária que reúne Oracle, OpenAI, SoftBank e MGX dos Emirados Árabes para investir US$ 500 bilhões em infraestrutura de IA nos EUA, com a construção de data centers de ponta.
A proximidade com Trump não é casual. Ellison mantém relações estreitas com políticos e figuras de peso do setor, como Elon Musk, a quem já defendeu publicamente e com quem integrou o conselho da Tesla. A Oracle, inclusive, mudou sua sede para o Texas em 2020, em um movimento visto como alinhamento à retórica pró-negócios e anti-regulatória que vem ganhando espaço entre os bilionários do Vale do Silício. Ellison também se destacou como doador nas campanhas republicanas, com pelo menos US$ 20 milhões destinados ao partido em 2022.
Fora dos negócios, Ellison é conhecido pelo estilo de vida luxuoso e por investimentos excêntricos. Ele possui mansões em diversas cidades dos Estados Unidos, uma impressionante coleção de relógios e foi responsável pela compra de 98% da ilha de Lanai, no Havaí, por US$ 300 milhões. Lá, ele administra um resort de luxo e investe em projetos de agricultura sustentável. O empresário também é entusiasta de esportes, tendo financiado equipes campeãs de vela e adquirido o torneio de tênis de Indian Wells.
Ellison é pai de dois filhos, ambos ativos na indústria do entretenimento. Sua filha, Megan Ellison, fundou a produtora Annapurna Pictures, indicada ao Oscar por filmes como “Trapaça” e “A Hora Mais Escura”. Seu filho David comanda a Skydance Media e está prestes a assumir o controle da Paramount após a fusão das empresas, consolidando o império familiar também em Hollywood.
Recentemente, Ellison defendeu publicamente a centralização de dados nacionais para potencializar o uso de IA em políticas públicas e saúde, chegando a sugerir que informações como o DNA dos cidadãos deveriam integrar grandes sistemas unificados. Segundo ele, a Oracle está pronta para criar a infraestrutura necessária para esse salto tecnológico, ressaltando a importância de data centers dentro das fronteiras nacionais para garantir segurança e privacidade.
Apesar de já ter deixado o posto de CEO em 2014, Ellison segue como presidente do conselho e diretor de tecnologia da Oracle, supervisionando pessoalmente projetos estratégicos e mantendo-se no centro das decisões. O bilionário prometeu doar 95% de sua fortuna, e já contribuiu com centenas de milhões de dólares para pesquisas médicas e instituições de ensino.
Fonte: R7
Foto: Divulgação/Oracle