Encontro é marcado por simbolismo histórico e expectativa de acordo ainda nesta sexta-feira
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reúnem nesta sexta-feira (15) para discutir a possibilidade de um acordo de cessar-fogo na guerra entre Rússia e Ucrânia. O encontro ocorre em uma base militar americana localizada no Alasca, território que carrega um peso histórico por já ter pertencido ao Império Russo antes de ser vendido aos EUA em 1867.
A escolha do local gerou reações divergentes. Enquanto estrategistas americanos destacam o simbolismo diplomático, aliados de Putin consideraram a decisão “uma humilhação”, argumentando que a reunião em um território que já foi russo poderia ser interpretada como sinal de submissão.
Antes de embarcar, Trump reforçou o otimismo para que um entendimento seja alcançado ainda hoje. “Ficaria muito triste se não chegássemos a uma resolução”, declarou. O republicano, que mantém influência política nos Estados Unidos, tem defendido a negociação direta como caminho mais rápido para encerrar o conflito, iniciado em fevereiro de 2022.
Além dos líderes, a reunião contará com delegações de ambos os países, encarregadas de discutir detalhes técnicos e políticos de um possível cessar-fogo. Segundo o Kremlin, a previsão é de que as conversas se estendam por seis a sete horas. Fontes próximas às equipes de negociação afirmam que temas como fronteiras, reconstrução de áreas destruídas e garantias de segurança estarão no centro do debate.
Embora as expectativas sejam altas, diplomatas envolvidos alertam para os desafios. O impasse sobre a soberania da Crimeia e das regiões anexadas pela Rússia segue sendo o principal obstáculo para um acordo duradouro.
O resultado da reunião poderá definir os próximos passos não apenas da guerra, mas também das relações diplomáticas entre Washington e Moscou — e reacender o papel dos Estados Unidos como mediador em crises internacionais. (Renan Isaltino)
Foto: REUTERS/Kevin Lamarque
Fonte: R7