Pitty e Keke são calopsitas que adoram planta de alpiste. Mas não são só elas… Roedores, cães e gatos, principalmente, fazem a festa com as graminhas. Isso porque essas plantas ajudam no trato digestivo dos animais.
O Mundo Agro, do R7, conversou com Fernanda e Marcio Alexandre, da Clorophila Brasil, uma empresa familiar de sucesso que inova na Holanda e agora mira o mercado americano.

Mundo Agro: Qual a diferença desse novo potinho de plantas para pets?
Fernanda Alexandre: Nós já comercializávamos plantas para pets, mas em vasinhos. Agora, a novidade é esse potinho lacrado. O diferencial é que ele foi pensado para grandes distâncias. Ele vem com vermiculita, um substrato utilizado na produção de sementes. Assim, quando você rega, ele incha. Por isso, ele é tão leve. Para milho de pipoca, trigo, aveia ou mix de cereais, ele vai crescer em até 7 dias. É preciso regá-lo todo dia com 90 ml de água e deixá-lo em um local iluminado e arejado. O ciclo dura entre 12 e 15 dias, mas o ideal é deixar entre 8 e 9 dias. É um produto biodegradável e certificado.
Mundo Agro: A planta para pet tem nutrientes importantes e não é só para a diversão do animal, né?
Fernanda Alexandre: Sim! Antigamente, os animais comiam as presas que também comiam grama, então se nutriam dessa forma. Hoje, os cães, gatos e pássaros vivem dentro de casa e não têm mais essa alimentação natural. Eles precisam das fibras das plantinhas. Por isso, criamos plantas seguras para pets, que são certificadas organicamente. Todas têm o selo do IBD (Instituto Biodinâmico). Os gatos, por exemplo, ao lamberem muito o pelo, podem desenvolver obstruções gástricas, e as graminhas ajudam nesse sentido. Elas são ricas em fibras e vitaminas, especialmente a grama de trigo. Os cães não têm esse hábito, mas é possível introduzir as plantas na alimentação deles, cortando-as e colocando na ração ou até fazendo gelinhos com clorofila, especialmente nos dias mais quentes.
Mundo Agro: A procura pelo produto é grande? Quanto custa uma graminha no pote? É um mercado promissor?
Fernanda Alexandre: Com certeza, muito! Hoje, o pet é um membro da família. Temos observado uma grande procura por essa linha no mercado pet. O preço fica em torno de R$ 12,99.
Mundo Agro: O pet é um integrante da família…
Marcio Alexandre: Mais do que isso! Eu costumo dizer que, até a década de 80, o pet ficava no quintal. Na década de 90, ele já entrou em casa. E hoje, ele já dorme na cama do dono.
Mundo Agro: E essa novidade apresentada aqui na Veiling Marketing, qual a perspectiva de vendas?
Marcio Alexandre: Já superou nossas expectativas. A princípio, pensávamos em vender 500 caixas, mas já estamos colocando 1.500 caixas em três lotes. Para você ter uma ideia do sucesso do produto, recentemente estivemos na Holanda, em novembro, e na Alemanha, em janeiro. Apresentamos o produto na Holanda, onde ninguém tem algo similar. Tudo lá é kit biodegradável. Enquanto um vaso de plástico leva 500 anos para se degradar no ambiente, esse potinho demora apenas seis meses. Basta tirar o lacre, molhar com 90 ml de água, aguardar três ou quatro dias, e a germinação começa. Em uma semana, a planta já está grande.
Mundo Agro: Toda essa operação de vocês é feita em Holambra. Quantas estufas e funcionários vocês têm?
Marcio Alexandre: Temos duas estufas certificadas organicamente e estamos construindo uma nova estufa de 8 mil metros quadrados. Ao todo, são 13 pessoas na equipe.
Mundo Agro: Você sempre foi do ramo de flores e plantas?
Marcio Alexandre: Eu nasci em uma floricultura. A primeira floricultura do Brasil foi a do meu avô, em 1927, chamada Agrodora, em São Paulo.
Mundo Agro: Para encerrar, é muito amor e muito investimento… O que é desafiador para vocês no Brasil?
Marcio Alexandre: Sim, é dedicação. Para ser certificado orgânico, o processo é muito difícil. Somos o único produtor certificado organicamente nesse ramo. Outro desafio é a mão de obra. Estamos com três vagas de ajudante geral, duas vagas de supervisor e uma vaga de coordenador abertas há seis meses. Precisamos de pessoas para trabalhar. Já tivemos três casos em que contratamos, elas fizeram exame admissional, mas não apareceram para trabalhar. Elas alegaram que preferem os benefícios do governo a serem contratadas de forma registrada.
Fonte: R7
Foto de capa: Arquivo pessoal