A inflação oficial do país acelerou 0,26% em julho de 2025. Os dados mostram que os preços seguem pesando no bolso do consumidor. A maior alta foi a da abobrinha, que disparou 46,81%. Passagem aérea, jogos de azar e tarifas de transporte público também tiveram aumentos expressivos e pressionaram o índice no mês.
Segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (12), além da abobrinha, legumes como pepino (43,37%) e pimentão (14,33%) também estão entre os principais vilões da inflação de julho.
A passagem aérea exerceu o terceiro maior impacto individual sobre o índice, com aumento de 19,92%.
Em 2024, os bilhetes aéreos tiveram queda de 5,1%, segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Mais da metade dos bilhetes foram vendidos abaixo de R$ 500.
O grupo “transporte pública”, que inclui os preços das passagens aéreas, registrou alta de 3,49%.
Reajuste dos jogos de azar
Os preços das apostas em jogos de azar subiram 11,17%, após reajuste em 9 de julho. O aumento dos valores incluiu as modalidades Dupla Sena, Quina, Lotofácil, Mega-Sena, Loteca, Super Sete, entre outras.
Essa variação superou a alta de energia elétrica residencial, que foi de 3,04% em julho. Jogos de azar, do qual fazem parte as bets, compõem o grupo despesas pessoais, que tiveram alta de 0,76%.
Frutas mais em conta
Apesar de os preços das frutas terem caído 0,29% em julho, itens como o mamão (12,4%), a banana da terra (6,73%), o morango (6,14%) e a tangerina (4,94%) tiveram alta e ficaram entre os principais vilões da inflação.
Entre os itens com maior alta estão o coentro (15,94%), repolho (13,62%), brócolis (12,94%) e couve-flor (8,78%).
No ano, o IPCA acumula alta de 3,26% e, nos últimos 12 meses, o índice ficou em 5,23%, abaixo dos 5,35% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2024, a variação havia sido de 0,38%.
Plano de saúde mais caro
No grupo saúde e cuidados pessoais (0,45%), destacam-se as altas nos itens de higiene pessoal (0,98%) e no plano de saúde (0,35%), que reflete a incorporação dos reajustes autorizados pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
Para os planos contratados após a Lei nº 9.656/98, o percentual é de até 6,06%, com vigência a partir de maio de 2025 e cujo ciclo se encerra em abril de 2026.
Já para os planos contratados antes da legislação, os percentuais autorizados foram de 6,47% e 7,16%, a depender do plano.
Por região
Quanto aos índices regionais, São Paulo apresentou a maior variação (0,46%) por conta da passagem aérea e da energia elétrica residencial.
A menor variação ocorreu em Campo Grande (-0,19%) em razão da queda na batata-inglesa (-33,84%) e da energia elétrica residencial (-1,39%).
Moradores de Porto Alegre, Curitiba, Recife e Aracaju também sentiram impacto mais forte dos preços em julho, já que tiveram reajustes acima da média brasileira.
Fonte: Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil