Do impacto imediato em 2020 ao primeiro ano sem taças em 2025, técnico português construiu sequência histórica de títulos e recordes
O Palmeiras anunciou a renovação contratual do técnico Abel Ferreira até o final de 2027. Em comunicado oficial, o clube informou que o novo vínculo não possui multa rescisória e definiu a continuidade como um gesto de confiança mútua construído ao longo dos últimos cinco anos de trabalho.
No clube desde outubro de 2020, o treinador português atravessou ciclos distintos, acumulou dez títulos, bateu recordes, mas encerrou 2025 pela primeira vez sem levantar taças.
Apesar de criticado, para muitos torcedores, Abel Ferreira está na lista dos maiores treinadores da história do Palmeiras. Relembre, abaixo, ano a ano, a trajetória do técnico português, até agora, no comando do Verdão.
2020 – Impacto imediato e duas taças
Abel chegou em meio à temporada, substituindo Vanderlei Luxemburgo. Em pouco mais de dois meses de trabalho, conquistou a Copa do Brasil, vencendo o Grêmio na final, e levantou a Libertadores após bater o Santos em decisão histórica no Maracanã. O Palmeiras terminou o Brasileirão apenas em sétimo, mas fechou o ano com dois dos principais troféus disputados.
2021 – Consolidação continental
O início de temporada foi turbulento, com perdas da Supercopa, da Recopa sul-americana e eliminação no Paulistão. A resposta veio no segundo semestre: Abel conduziu o Palmeiras ao bicampeonato consecutivo da Libertadores ao vencer o Flamengo na final. O time, porém, ficou sem títulos no cenário nacional naquele ano.
2022 – O auge multivencedor
O terceiro ano marcou o ponto mais alto da era Abel até então. O Palmeiras conquistou o Campeonato Paulista, a Recopa Sul-Americana e o Campeonato Brasileiro com quatro rodadas de antecedência, em campanha dominante. Abel também atingiu marcas históricas de jogos, títulos e aproveitamento, consolidando-se como o treinador mais decisivo do clube no século 21.
2023 – Reação, virada histórica e tríplice coroa doméstica
O ano começou com a conquista da Supercopa do Brasil sobre o Flamengo e terminou com mais um Campeonato Brasileiro, após arrancada memorável depois de ver o Botafogo abrir larga vantagem. No meio do caminho, também conquistou o Paulista. A temporada foi marcada pela ascensão de jovens como Endrick e pela capacidade de reinvenção tática do treinador.
2024 – Décimo título e sinais de desgaste
Abel conquistou mais um Campeonato Paulista, alcançando o décimo troféu pelo clube e igualando o recorde de Oswaldo Brandão como treinador mais vencedor da história do Palmeiras. No entanto, o time ficou com o vice do Brasileirão e não chegou a finais continentais, o que levou parte da imprensa a tratar a temporada como aquém do padrão recente.
2025 – Ano de reconstrução e sem títulos
A temporada atual marcou uma ruptura na sequência vencedora. O Palmeiras perdeu a final paulista para o Corinthians, foi vice da Libertadores diante do Flamengo e lutou pelo título brasileiro até a penúltima rodada. Mesmo com investimento de cerca de R$ 700 milhões em reforços, o time não conquistou troféus, encerrando pela primeira vez a era Abel sem títulos.
Apesar do ano sem taças, os números seguem expressivos. Abel ultrapassou a marca de 350 jogos, chegou a mais de 200 vitórias e assumiu o posto de treinador com mais triunfos e mais partidas pelo clube no Allianz Parque. Também se isolou como o técnico com mais finais disputadas e mais vitórias do Palmeiras na Libertadores.
No acumulado da passagem, o português soma títulos da Libertadores (2020 e 2021), Copa do Brasil (2020), Recopa Sul-Americana (2022), Campeonatos Brasileiros (2022 e 2023), Supercopa do Brasil (2023) e Paulistas (2022, 2023 e 2024). Ele se tornou o único treinador da história do futebol brasileiro a reunir, pelo mesmo clube, todos esses títulos.
A renovação até 2027 também carrega simbolismo político e institucional. A presidente Leila Pereira tratou a continuidade como eixo central do projeto esportivo, mesmo após críticas pelo desempenho de 2025. Aos 46 anos, Abel inicia agora o trecho mais longevo da sua carreira em um único clube.
Com a extensão do vínculo, o Palmeiras aposta que o treinador ainda tem margem para um novo ciclo competitivo, agora em cenário de maior cobrança, renovação de elenco e expectativa de resposta após a primeira temporada sem troféus desde sua chegada. A “era Abel”, longe de encerrada, entra oficialmente em um novo capítulo.
Fonte: R7
Foto: Reprodução











