A juíza Maria Elisa Terra Alves decidiu que o Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo é incompetente para julgar os três policiais militares acusados de assassinar Antonio Vinícius Gritzbach, delator do PCC (Primeiro Comando da Capital) executado a tiros de fuzil na saída do Aeroporto de Guarulhos em novembro de 2024.
Assim, ela expediu um alvará de soltura para o trio. Os acusados, entretanto, seguirão presos porque segue contra eles o pedido de prisão preventiva emitido pela Justiça Comum.
A defesa do cabo Denis Antônio Martins, do soldado Ruan Silva Rodrigues e do tenente Fernando Genauro da Silva agora vai pedir que todas as provas obtidas pela investigação da Justiça Militar sejam extintas.
Entre as provas produzidas pela Corregedoria da Polícia Militar estão a extração dos dados dos celulares dos acusados, que os colocam no local do crime, e o resultado positivo do DNA de pelo menos dois dos acusados.
Se o pedido da defesa for aceito, essas provas podem ser invalidadas.
Quais são as acusações
- Denis Antônio Martins: Cabo da Polícia Militar, Denis é apontado como um dos executores;
- Ruan Silva Rodrigues: Soldado da PM, Ruan também foi denunciado como atirador;
- Fernando Genauro: Tenente da PM que teria levado Denis e Ruan até o aeroporto;
O que diz a defesa dos acusados
Os advogados do tenente Genauro e do soldado Ruan, Mauro Ribas e Renato Soares, afirmaram que desde o início alegaram que a Corregedoria da Polícia Militar era incompetente legalmente para investigar o crime de homicídio, e tal fato torna todas as provas produzidas pela Polícia Militar nulas.
A defensora do cabo Denis, Nayara Thibes, afirmou que a decisão foi correta, e agora irá trabalhar a anulação das provas produzidas pela Corregedoria na vara do Júri de Guarulhos.
Entenda o caso
Antônio Vinicius Gritzbach, de 38 anos, foi morto a tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), no dia 8 de novembro.
Gritzbach havia se tornado delator do Ministério Público, colaborando com informações sobre os esquemas da maior facção do Brasil, o que levantou a suspeita de ‘queima de arquivo’. Ele estava jurado de morte pelo PCC e vinha sendo monitorado por criminosos, que sabiam do horário exato de seu desembarque.
Durante uma viagem a Maceió (AL), Vinicius informou a namorada Maria Helena Antunes que teria visto um homem parecido com o criminoso que estaria o ameaçando. Ao voltar para São Paulo, Vinicius e a namorada, desembarcaram no Aeroporto em Cumbica. Do lado de fora do saguão, o empresário foi alvejado pelos criminosos.
Fonte: R7
Foto: TNH1