A informação foi divulgada nesta terça-feira pelo jornal The New York Times
Em meio à crescente pressão internacional e ao risco de uma escalada militar no Oriente Médio, o Irã teria colocado em prontidão mísseis e equipamentos bélicos com o objetivo de responder imediatamente a uma eventual ação militar direta dos Estados Unidos. A informação foi divulgada nesta terça-feira (17) pelo jornal The New York Times, com base em fontes ligadas à inteligência e à diplomacia regional.
Segundo o periódico norte-americano, Teerã estaria preparado para atacar bases militares americanas espalhadas pelo Oriente Médio, especialmente no Iraque, em uma ação preventiva e de retaliação rápida caso Washington atenda aos apelos de Israel para entrar diretamente no conflito. As ameaças incluem não apenas o território iraquiano, mas também instalações militares dos EUA em outros países árabes, que estariam no radar do regime iraniano.
Fontes da defesa americana indicaram que poucos preparativos seriam necessários para que Teerã execute os ataques. Como resposta, o Pentágono teria elevado o estado de alerta de suas tropas na região, onde há atualmente mais de 40 mil militares americanos destacados.
Possíveis frentes de confronto
Além do risco de ataques diretos, os Estados Unidos avaliam outros possíveis desdobramentos de uma ofensiva iraniana. Um deles seria o bloqueio parcial do Estreito de Ormuz, uma das rotas marítimas mais estratégicas do mundo para transporte de petróleo e movimentação naval, o que poderia comprometer severamente o comércio internacional e a logística militar americana no Golfo Pérsico.
Outro ponto de atenção seria a reativação de ataques dos Houthis no Mar Vermelho, grupo apoiado por Teerã que já protagonizou episódios de tensão em rotas comerciais da região. Esses aliados iranianos poderiam ser mobilizados em uma ação coordenada, ampliando o raio de instabilidade para além das fronteiras iranianas.
Israel pressiona por ação direta
A movimentação iraniana ocorre em um momento de forte pressão diplomática de Israel sobre os EUA, com o objetivo de obter apoio explícito na campanha militar contra Teerã. Fontes da imprensa internacional apontam que o estopim para um confronto direto seria uma possível ação americana contra a instalação nuclear de Fordo, um dos pilares do programa atômico iraniano, localizada em uma região fortemente protegida.
Apesar do cenário altamente volátil, o governo dos Estados Unidos ainda busca moderação nas decisões militares, optando por manter a diplomacia ativa para evitar o que poderia se tornar um conflito regional em larga escala. Autoridades americanas destacam que qualquer passo mal calculado pode acionar uma cadeia de reações que envolva diversos atores armados no Oriente Médio. (Renan Isaltino)
Foto: R7
Fonte: Reuters
