Portal Veloz

Guerra no Oriente Médio se intensifica: ataques nucleares, retaliações e crise humanitária

Organizações internacionais acusam Israel de violar convenções internacionais ao atingir civis e infraestruturas essenciais no Irã e na Faixa de Gaza

 A tensão no Oriente Médio atingiu um novo patamar. Israel e Irã estão oficialmente em guerra após ataques coordenados que reacenderam os temores de um confronto regional de grandes proporções. O conflito, que envolve diretamente os Estados Unidos e indiretamente grupos armados como os Houthis no Iêmen, já deixou milhares de mortos e ameaça desestabilizar toda a região.

 No início de junho, Israel lançou a chamada “Operação Midnight Hammer”, com bombardeios aéreos contra as principais instalações nucleares do Irã. Os ataques miraram complexos em Natanz, Fordow e Isfahan, com o objetivo de paralisar o programa nuclear iraniano. Em um movimento sem precedentes, os Estados Unidos apoiaram diretamente a ação, com mísseis disparados de submarinos e aviões.

 A resposta iraniana veio dias depois, com mais de 150 mísseis e 100 drones lançados contra cidades israelenses. Embora parte dos ataques tenha sido interceptada, cerca de 22 pessoas ficaram feridas. O Irã também atacou uma base militar dos EUA no Catar — mas, segundo fontes militares, o ataque foi previamente comunicado e não deixou vítimas.

 Analistas afirmam que a guerra já provocou centenas de mortes no Irã, incluindo civis atingidos por bombardeios em áreas urbanas. Do lado israelense, os danos são em sua maioria materiais, mas o custo da operação militar ultrapassa a casa de 1 bilhão de dólares, segundo estimativas da imprensa local.

 Paralelamente, grupos aliados ao Irã entraram em cena. Os Houthis, milícia iemenita apoiada por Teerã, intensificaram os ataques a navios e infraestruturas israelenses no Mar Vermelho. Um míssil lançado no início de maio atingiu a região do aeroporto internacional Ben Gurion, perto de Tel Aviv. Em retaliação, Israel bombardeou o porto de Hodeidah, no Iêmen.

 O conflito também se alastra em outras frentes. No Líbano, o Hezbollah trocou ataques com forças israelenses, e em Gaza, a ofensiva militar já matou mais de 50 mil palestinos desde outubro de 2023. A crise humanitária se agrava, com colapso de hospitais e falta de alimentos. Organizações internacionais acusam Israel de violar convenções internacionais ao atingir civis e infraestruturas essenciais no Irã e na Faixa de Gaza.

 Enquanto isso, a comunidade internacional assiste com preocupação. Rússia, China e União Europeia pedem moderação. Os Estados Unidos, por outro lado, afirmam que os ataques têm caráter defensivo. O presidente Donald Trump, reeleito em 2024, afirmou que a operação foi “um sucesso cirúrgico” e ironizou a resposta iraniana, classificando-a como “fraca”.

 Com a guerra entrando em sua fase mais crítica, cresce o temor de um colapso regional. O Irã ameaça fechar o Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 20% do petróleo mundial. Israel, por sua vez, tenta encerrar a ofensiva militar o quanto antes, mas sem abrir mão do objetivo estratégico: impedir o avanço nuclear iraniano a qualquer custo. (Renan Isaltino)

Fonte: Reuters, The Guardian

 

×

Buscar no Portal Veloz