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Grupo português vence leilão para construção do túnel Santos–Guarujá, a primeira travessia submersa do Brasil

A concessionária vencedora ficará responsável pela construção, operação e manutenção da travessia por 30 anos

 O grupo português Mota-Engil, que tem participação da estatal chinesa China Communications Construction Company (CCCC), venceu nesta sexta-feira (05) o leilão para a construção do túnel submerso entre Santos e Guarujá, no litoral de São Paulo.

 O certame foi realizado na sede da B3, em São Paulo, com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, ministros do governo federal e do governador paulista Tarcísio de Freitas. A proposta vencedora ofereceu 0,5% de desconto sobre o valor máximo da contraprestação pública, superando a espanhola Acciona, que apresentou desconto de zero por cento.

 O projeto, considerado a maior obra do Novo PAC, terá investimento estimado em R$ 6,8 bilhões, sendo até R$ 5,14 bilhões aportados pelos governos estadual e federal, em partes iguais. O restante virá da iniciativa privada. A concessionária vencedora ficará responsável pela construção, operação e manutenção da travessia por 30 anos.

 O túnel terá 1,5 km de extensão, sendo 870 metros submersos, e contará com três faixas em cada sentido — uma delas exclusiva para o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) —, além de ciclovia, espaço para pedestres e galeria de serviços. A expectativa é que a obra reduza a travessia entre Santos e Guarujá para menos de cinco minutos, contra os atuais 18 a 60 minutos do sistema de balsas e barcas.

Protestos e questionamentos

 Durante o leilão, um grupo protestou em frente à B3 contra as possíveis desapropriações que a obra pode provocar. De acordo com a Associação Comunitária do Macuco, em Santos, até 200 famílias podem ser impactadas. Os moradores cobram indenizações justas e garantias para evitar a expulsão de comunidades tradicionais da região.

 Na véspera, o Tribunal de Contas da União (TCU) rejeitou um pedido do Ministério Público junto ao órgão para suspender o certame. O questionamento alegava que o modelo de financiamento poderia ter favorecido empresas estrangeiras. O ministro Bruno Dantas, relator do caso, entendeu que não havia provas concretas de irregularidades.

Expectativas

 Com licença ambiental prévia já concedida pela Cetesb, o túnel Santos–Guarujá deve melhorar a mobilidade entre as cidades, aliviar o tráfego da Rodovia Cônego Domênico Rangoni, impulsionar o turismo e a economia da região, além de estimular meios de transporte coletivos e sustentáveis. (Renan Isaltino)

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