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Futebol feminino cresce no Sesi-SP com 26% mais alunas em 2024

Seja na liderança de uma equipe, na condução de um veículo ou na cura de um paciente, o lugar da mulher é onde ela quiser. E no futebol feminino não é diferente. Nos últimos tempos, o esporte vem ganhando visibilidade e crescimento com as competições, a popularização das equipes femininas e a cobertura da mídia.

 

No Sesi-SP, a modalidade vai completar dois anos e a coordenadora de desenvolvimento esportivo, Mirella de Sena Cagliari, conta que a busca por novas alunas tem sido contínua. “Em 2024, o aumento foi 26% nos atendimentos em relação a 2023, o que demonstra interesse e engajamento das meninas nas nossas atividades”, afirma. Prova disso é que, neste mês, o futebol feminino vai ganhar mais dois novos polos de atendimento: em Diadema e Mogi Guaçu.

 

Com isso, a modalidade estará disponível, de forma gratuita, em 15 cidades* do interior, litoral e região metropolitana de São Paulo. No total, são 1.562 alunas e atletas, de 6 a 15 anos, distribuídas entre os níveis de participação e aperfeiçoamento, do Programa Sesi Esporte. Além disso, a equipe já conquistou o título no 1° Torneio Paulista Feminino S-14 Série Prata, em 2024, oferecido pela Federação Paulista de Futebol (FPF).

 

Enquanto algumas meninas desejam se aperfeiçoar no futebol aqui, outras querem fazer gol fora do país. É o caso de Nicole Bagatin Oliveira, de 14 anos, atleta do sub-15 do polo de Osasco (SP). “Meu sonho sempre foi cursar medicina em outro país. Acredito que, com o futebol, tenho mais chances de ingressar em uma universidade, pois posso conquistar uma bolsa por meio do esporte.

 

Já a atleta Manuela Avelar Coitinho, de 14 anos, também de Osasco e integrante da mesma categoria, almeja no futuro representar o Sesi nas competições. Ela se sente privilegiada em poder praticar futebol. “Jogo desde pequena e amo muito esse esporte. Acho que as mulheres que jogam futebol são corajosas e incríveis, pois muitas vezes enfrentam preconceitos”, declara.

 

A coordenadora Mirella de Sena Cagliari concorda e conta que, mesmo com o crescimento e o interesse no esporte, o futebol feminino ainda não é a primeira escolha das famílias e das meninas. “Por isso, nosso objetivo é promover a modalidade, mostrar as vantagens e incentivar a participação, além de criar um ambiente seguro, acolhedor e motivador, para que elas possam se desenvolver como atletas e pessoas”, diz.

 

Cenário das mulheres na escalação do futebol

Apesar das transformações sociais e as atuais discussões sobre gênero, ainda persiste o estereótipo de que o futebol é um esporte exclusivo para homens. Segundo Mirella, essa percepção se estende a todos os níveis do esporte. “Ainda enfrentamos a falta de mulheres em cargos de gestão e em posições de liderança, tanto à frente de equipes quanto de instituições. Essa lacuna reflete os desafios contínuos na luta pela igualdade de gênero”, completa.

 

Essas barreiras estão sendo quebradas no Sesi-SP, que tem uma equipe interdisciplinar composta por 78% de mulheres. São 18 profissionais, entre eles 13 treinadoras e uma coordenadora de desenvolvimento esportivo, que atuam de forma integrada e colaborativa nas decisões, para oferecer um atendimento mais abrangente e eficaz às atletas.

 

Durante quatro décadas, as brasileiras não puderam jogar futebol, pois um decreto de 1941 vetava a prática de esportes que não fossem “adequados à natureza feminina”. Se no passado elas eram proibidas, hoje querem sair do banco e ocupar os campos.

 

Para isso, o Programa Sesi Esporte, em parceria com o Ministério do Esporte, assinou um termo de cooperação, em 2023, a fim de criar núcleos de futebol feminino e ensinar à pratica gratuitamente, além de levar a candidatura do Brasil como sede da Copa do Mundo de Futebol Feminino em 2027.

 

Os objetivos do programa são aprimorar as habilidades esportivas, identificar talentos e proporcionar às atletas de destaque a competir profissionalmente em federações. Além disso, busca democratizar o acesso às mulheres e garantir espaços seguros para o desenvolvimento na modalidade.

 

Cidades onde a modalidade é praticada: Osasco, Rio Claro, Mauá, Campinas, Diadema, Itu, Jaú, Limeira, Marília, Matão, Mogi Guaçu, Santos, São Carlos, São José do Rio Preto e Tatuí.

 

Foto: Divulgação/Sesi-SP

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