O aviso reforça a classificação máxima de perigo adotada pelos EUA para a Venezuela
O governo dos Estados Unidos atualizou, nesta quarta-feira (3), suas orientações de segurança para viagens à Venezuela, elevando o nível de alerta diante do aumento da tensão diplomática e militar entre os dois países. O Departamento de Estado passou a recomendar que cidadãos americanos evitem totalmente viajar ao país e que aqueles que já estejam em território venezuelano saíam “imediatamente”.
Segundo o comunicado oficial, o risco para visitantes estrangeiros inclui detenção injusta, tortura, terrorismo, sequestro, aplicação arbitrária de leis locais, criminalidade, agitação civil e infraestrutura de saúde insuficiente. O aviso reforça a classificação máxima de perigo adotada pelos EUA para a Venezuela, destacando que a permanência no país envolve ameaças significativas à integridade física e jurídica dos estrangeiros.
A medida foi tomada após declarações recentes do presidente americano, Donald Trump, aconselhando que o espaço aéreo venezuelano seja considerado fechado. A FAA (Administração Federal de Aviação) também havia emitido alertas prévios às companhias aéreas internacionais sobre os riscos de sobrevoar o território venezuelano devido ao aumento da atividade militar na região.
O aviso já provoca reflexos no setor aéreo. Empresas como Iberia, TAP, Avianca, Latam Colombia, Turkish Airlines e Gol anunciaram a suspensão temporária de voos com origem ou destino na Venezuela. Apesar disso, algumas companhias continuam operando no país, entre elas a Boliviana de Aviación, a Satena, a venezuelana Avior e a estatal Conviasa.
Nos últimos meses, os Estados Unidos intensificaram a pressão contra o governo de Nicolás Maduro, incluindo ataques a embarcações que, segundo os EUA, estariam envolvidas com tráfico internacional de drogas no Caribe. Washington acusa Maduro de comandar um cartel — algo negado pelo presidente venezuelano, que, por sua vez, tem apelado pela paz e advertido sobre o risco de uma possível invasão americana.
A escalada de tensões mantém a região em estado de alerta e aumenta a preocupação internacional sobre a segurança e a estabilidade política na Venezuela. (Renan Isaltino)
Fonte: Reuters
Foto: arquivo P.V
