O presidente Donald Trump havia ordenado o envio do porta-aviões no mês passado
O grupo de ataque do porta-aviões USS Gerald R. Ford, o mais novo e poderoso da Marinha dos Estados Unidos, deslocou-se para a região da América Latina, intensificando a presença militar americana no Caribe e aumentando as tensões com o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela.
A movimentação foi confirmada por autoridades americanas nesta terça-feira (11) e marca um reforço significativo da presença militar dos EUA na região. O presidente Donald Trump havia ordenado o envio do porta-aviões no mês passado. O Ford se junta agora a oito navios de guerra, um submarino nuclear e aviões F-35 já posicionados no Caribe.
Segundo o Pentágono, a operação tem como objetivo “combater o tráfico de narcóticos e desmantelar organizações criminosas transnacionais”. No entanto, o governo venezuelano vê a ação como uma ameaça direta. Maduro afirmou que a presença militar dos EUA visa desestabilizar o país e retirá-lo do poder.
Em resposta, a Venezuela estaria mobilizando armas e equipamentos militares de origem russa e preparando estratégias de resistência no estilo guerrilheiro, caso ocorra uma intervenção militar, segundo documentos obtidos pela agência Reuters.
Nos últimos meses, as tensões entre EUA e Venezuela aumentaram. Em agosto, Washington dobrou para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levassem à prisão de Maduro, acusando-o de envolvimento com tráfico de drogas e grupos criminosos, acusações que o líder venezuelano nega.
Além da tensão com Caracas, as relações entre os EUA e a Colômbia também se deterioraram. Trump chamou o presidente colombiano Gustavo Petro de “líder do narcotráfico” e impôs sanções contra ele. Petro, por sua vez, acusou os EUA de cometerem “assassinatos” em operações na região.
Uma investigação da Reuters revelou ainda que os militares americanos estão modernizando uma antiga base naval da Guerra Fria no Caribe, o que indica preparativos para operações prolongadas.
O USS Gerald Ford, que entrou em serviço em 2017, é o maior porta-aviões do mundo, com mais de 5 mil tripulantes e capacidade para transportar mais de 75 aeronaves, incluindo caças F/A-18 Super Hornet e aviões de alerta antecipado E-2 Hawkeye. O navio possui reator nuclear e radares de alta precisão, além de operar com uma frota de apoio composta por cruzadores e destróieres equipados com mísseis guiados.
O envio do Ford — considerado um dos ativos militares mais estratégicos dos EUA — representa um gesto incomum e de forte impacto político, sugerindo que Washington está disposto a endurecer a postura frente ao regime de Maduro e a reforçar sua presença militar no hemisfério sul.
Fonte: Reuters
Foto: Lise Aserud











