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Em ata, Copom indica pausa na alta dos juros, mas mantém tom de alerta

O Banco Central divulgou nesta terça-feira (24) a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que elevou a taxa básica de juros para 15% ao ano.

Segundo o documento, os diretores preveem uma interrupção do ciclo de altas, mas afirmam que permanecem vigilantes em relação ao cenário econômico e que não hesitarão em retomar os ajustes, caso considerem necessário.

Para o Comitê, a sétima elevação consecutiva da Selic é “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”.

A decisão foi unânime e contou com o apoio de Gabriel Galípolo, presidente da autoridade monetária.

Selic ao longo dos meses – Luce Costa/Arte R7

De acordo com a autoridade monetária, o cenário ainda é marcado por “expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho”.

“Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”, afirma o documento.

A decisão brasileira indica uma possível mudança de rumo na política monetária, e analistas já começam a projetar quando poderá haver uma redução nos juros, dependendo da inflação, do câmbio e do cenário econômico e político nos próximos meses.

Próximas reuniões

O ciclo de altas foi iniciado em setembro de 2024. Desde então, a Selic passou de 10,5% para 15%, um aumento de 4,5 pontos percentuais.

Ainda neste ano, o Copom deve se reunir mais quatro vezes. Confira o calendário completo:

  • 29 e 30 de julho
  • 16 e 17 de setembro
  • 4 e 5 de novembro
  • 9 e 10 de dezembro

Juros a 15% ao ano

Em comunicado emitido após o final da última reunião, o Copom destacou que o cenário econômico “segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho”.

Dessa forma, segundo o comitê, “para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”.

O que é a Selic?

A Selic é o principal instrumento de controle do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Juros mais altos encarecem o crédito, desestimulam a produção e o consumo, e podem frear o crescimento econômico.

Na prática, quando a taxa sobe, os juros cobrados em financiamentos, empréstimos e cartões de crédito aumentam, desestimulando o consumo e contribui para a redução da inflação.

Na semana passada, o R7 mostrou que a inflação oficial do país desacelerou pelo terceiro mês seguido e chegou a 0,26% em maio. No ano, o IPCA acumula alta de 2,75% e, nos últimos 12 meses, o índice ficou em 5,32%, abaixo dos 5,53% dos 12 meses imediatamente anteriores.

Entenda a Selic

A taxa básica de juros é uma forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. Ela serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, perto da meta estabelecida pelo governo.

Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam alternativas de investimento.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Já quando os juros básicos são reduzidos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.

A Selic é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.

É a taxa Selic que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo em empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.

 

Fonte: R7

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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