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Crise dos chips pode parar produção de carros no Brasil nos próximos dias

Executivos buscam diálogo com embaixadas após crise de comando em uma das maiores fornecedoras de microchips do mundo

Após uma intervenção do governo holandês sobre uma fabricante de chips chinesa, o mercado automotivo vive na iminência de uma grande crise que pode paralisar a produção de veículos em todo o mundo.

A China deixou de fornecer chips que são usados em sensores e em toda a cadeia automotiva especialmente nos dias de hoje com carros conectados e equipados com multimídia, sensor de frenagem e itens de segurança que dependem de uma complexa rede de dados.

O grupo Stellantis, que fabrica veículos Fiat, Jeep, Ram e Citroën no Brasil além da Volkswagen, se mostram preocupados com o bloqueio de fornecimento que pode afetar as unidades de produção por aqui.

No último final de semana o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, comunicou ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, de que as negociações foram reabertas mas até agora não há nada de concreto segundo executivos ouvidos pelo R7-Autos Carros.

“Estamos na iminência de uma parada nas fábricas se não houver uma solução. O problema só deixa de existir a partir do momento em que as peças chegarem. Como elas ainda não chegaram, ele ainda existe”, disse Herlander Zola, em uma coletiva sobre os planos de Stellantis para o mercado brasileiro.

“Esse assunto ainda não está resolvido, mas, no momento atual, existe uma esperança de que isso aconteça antes de sermos afetados. A importação dos chips é um processo relativamente rápido, então este também é um dos motivos pelo meu otimismo de uma resolução rápida”, completou.

A Volkswagen também se mostra preocupada com a falta dos microchips. Quanto questionado sobre o estoque de chips para a produção de carros na América do Sul e a duração desses estoques, a resposta de Alexander Seitz, chairman da Volkswagen América do Sul foi que “Não temos estoque por muito tempo”. Seitz disse que a Volkswagen tenta esse diálogo junto à SAIC, com quem tem uma ampla parceria na China, para evitar que a produção pare.

Mas essa é mais uma questão política. Os executivos das marcas que mantém fábricas do Brasil já estiveram com o vice-presidente e Ministro da Indústria e Comércio Geraldo Alckmin pedindo uma solução que não será para algumas empresas de forma específica, mas para toda a cadeia.

Com a Anfavea e o SIndipeças, os representantes afirmam que o setor automobilístico emprega 1,3 milhão de pessoas no Brasil e a interrupção na produção de carros pode afetar outros setores como químicos, combustíveis, plásticos, entre outros.

Globalmente, marcas como Honda e Audi afirmam que a interrupção no fornecimento de chips já afeta parcialmente suas indústrias, bem como Toyota, Mercedes-Benz e BMW. Na Europa, a diretora-geral da ACEA, associação das fabricantes, Sigrid de Vries, declarou que “faltam apenas dias” para que várias empresas deixem de produzir carros pela falta de microprocessadores e pediu “urgência” no diálogo.

Enquanto executivos buscam uma solução junto às Embaixadas da China em seus países, a China negocia com os Estados Unidos uma saída definitiva. A crise começou quando o governo Trump pressionou a Nexperia, uma das maiores fabricantes de semicondutores do mundo com 40% do mercado global de chips, retirando o comando chinês da empresa.

Como retaliação, a Nexperia informou aos fabricantes que não teria condições de atender as entregas estipuladas no prazo combinado, o que travou a produção de muitos veículos em diversos fabricantes.

 

Fonte: R7

Foto: Stellantis/Divulgação

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