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Copom pode encerrar ciclo de alta dos juros com decisão desta quarta e manter Selic a 15%

Economistas avaliam que Copom deve interromper ciclo de sete altas consecutivas; Selic está no maior nível desde 2006

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decide nesta quarta-feira (30) a nova taxa básica de juros da economia brasileira. A expectativa predominante entre analistas financeiros indica estabilidade no patamar atual — 15% ao ano.

As discussões começaram na terça-feira (29). Caso se confirme, a decisão encerrará o ciclo de altas iniciado em setembro de 2024.

Na reunião anterior, o comitê demonstrou inclinação para pausar o aperto monetário, reforçando, contudo, o compromisso com a estabilidade dos preços.

Os diretores destacaram a necessidade de manter uma política monetária “significativamente contracionista por período prolongado”, diante da resiliência da inflação, da atividade econômica aquecida, de pressões sobre salários e de expectativas desancoradas.

Projeções do mercado

De acordo com o boletim Focus, divulgado na segunda-feira (28) pelo Banco Central, há consenso entre instituições financeiras sobre a manutenção da Selic em 15%.

Das 85 previsões atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para o encerramento de 2025 permanece nesse nível.

Para o fim de 2026, a projeção central continua em 12,5%, sem alterações há 26 semanas. As 84 estimativas mais recentes também mantêm essa perspectiva.

O que é a Selic?

A Selic funciona como ferramenta principal para controle do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Juros elevados encarecem o crédito, desestimulam o consumo e reduzem a produção, o que pode desacelerar o ritmo de crescimento econômico.

Na prática, aumentos na taxa básica impactam diretamente os encargos de financiamentos, empréstimos e cartões de crédito, pressionando a demanda e contribuindo para a desaceleração dos preços.

Superquarta no Brasil e nos EUA

O anúncio desta quarta-feira ocorre durante a chamada “superquarta” — quando decisões sobre juros são divulgadas simultaneamente por autoridades monetárias do Brasil e dos Estados Unidos.

O Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) manteve sua taxa no intervalo entre 4,25% e 4,5%.

No final de 2024, em resposta à valorização do dólar e ao avanço inflacionário, o Banco Central brasileiro intensificou os ajustes na Selic com o objetivo de conter o consumo e pressionar os preços para baixo.

Histórico

Entre agosto de 2022 e junho de 2023, a Selic permaneceu em 13,75% ao ano. Em seguida, ocorreram seis cortes consecutivos de 0,5 ponto percentual e outro de 0,25, reduzindo a taxa para 10,5% em maio de 2024.

Esse patamar vigorou até setembro do mesmo ano, quando o Copom iniciou uma nova série de elevações, levando os juros para 10,75%.

Desde então, houve sete aumentos sucessivos, até atingir os atuais 15% — o nível mais elevado desde 2006.

 

Fonte: R7

Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central

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