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Ciclone extratropical causa caos nos aeroportos paulistas e deixa passageiros em situação crítica

Em Campinas, no Aeroporto Internacional de Viracopos, a instabilidade climática resultou em outros 22 cancelamentos

 A capital paulista ainda enfrenta reflexos severos do ciclone extratropical que atingiu o estado desde a manhã da última quarta-feira (10). As rajadas de vento que ultrapassaram os 90 km/h provocaram queda de árvores, danos estruturais e um efeito dominó na aviação comercial, gerando um dos dias mais críticos do ano nos aeroportos de São Paulo.

 No Aeroporto de Congonhas, na zona sul, a situação ficou especialmente complicada. Até as 18h30 desta quinta-feira (11), 66 chegadas e 51 partidas foram canceladas — um total de 117 voos comprometidos apenas no terminal. Passageiros relatam longa espera, dificuldades para remarcar viagens, falta de orientação clara e até indisponibilidade de hotéis nas proximidades.

 No Aeroporto Internacional de Guarulhos, o maior do país, também houve forte impacto: 72 voos foram cancelados e outros 28 precisaram ser alternados para aeroportos de diferentes regiões, ampliando ainda mais o congestionamento aéreo.

 Em Campinas, no Aeroporto Internacional de Viracopos, a instabilidade climática resultou em outros 22 cancelamentos, consequência do reajuste emergencial da malha aérea por parte das companhias.

 Entre os milhares de passageiros afetados, histórias de frustração se repetem. O piloto de helicóptero Alberto Barbosa, de 58 anos, que estava em São Paulo para um treinamento, teve seu retorno a Navegantes (SC) interrompido sucessivas vezes. “Ao fazer o check-in para despachar a bagagem, soube que meu voo tinha sido cancelado. Consegui remarcar para 15h30, em Congonhas, mas no meio do caminho esse também foi cancelado”, relata. Ele afirma que só conseguiu vouchers de transporte e alimentação. “Vou ter que pagar hotel por minha conta e pedir reembolso depois, que demora de seis a oito meses. Se não embarcar amanhã, só no dia 13.”

 A publicitária Júlia Fagundes, de 25 anos, vive situação semelhante. Ela saiu do Rio de Janeiro rumo a Porto Alegre, com conexão em São Paulo, mas um atraso ainda na capital fluminense desencadeou uma espera que já ultrapassa uma hora e meia. “Cada pessoa me dá uma informação diferente. Uns falam que consigo voar hoje ainda, outros dizem que só no sábado. O pior é a inconsistência das informações”, desabafa.

 Com receio de enfrentar transtornos, a recifense Adriana Santos, de 32 anos, decidiu chegar a Congonhas com sete horas de antecedência. Mesmo assim, não conseguiu despachar a bagagem. “Tenho que ver minha família”, diz, aflita.

 As companhias aéreas seguem readequando suas operações, mas ainda não há previsão de normalização completa. A recomendação é que passageiros verifiquem o status dos voos antes de se deslocarem aos aeroportos. (Renan Isaltino)

Foto: R7

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