Exceção é para casos de tatuagens indicadas por médicos com finalidade de reconstrução de partes do corpo
O CFM (Conselho Federal de Medicina) publicou no Diário Oficial da União desta segunda-feira (28) uma resolução que proíbe o uso de anestesia geral e sedação para a realização de tatuagens. A nova regra vale para qualquer procedimento, “independentemente da extensão ou localização”.
A exceção é para casos de tatuagens indicadas por médicos com finalidade de reconstrução de partes do corpo.
No início do ano, Ricardo Godoi, de 46 anos, morreu após supostamente ter recebido anestesia geral para fazer uma tatuagem. O caso ocorreu em Itapema, no litoral norte de Santa Catarina.
Ainda em janeiro, o corpo foi exumado para esclarecer as possíveis causas da parada cardiorrespiratória. Segundo a esposa de Ricardo, ele havia utilizado anabolizantes por anos e havia interrompido o uso cerca de cinco meses antes.
O empresário aceitou realizar a tatuagem com anestesia como parte de uma parceria publicitária.
Perigos
Segundo Roberta Azzolini, cardiologista do Hospital Moriah, em São Paulo (SP), a parada cardíaca pode ter diversas causas, e uma delas é a insuficiência respiratória. “Pode ter acontecido por uma entubação difícil; o paciente pode broncoaspirar (quando líquidos, saliva ou objetos estranhos entram nas vias aéreas e chegam aos pulmões) se não fez o jejum adequado, ou até mesmo por uma droga à qual ele tivesse alergia, evoluindo para um choque anafilático (reação alérgica grave a uma medicação ou alimento)”.
Opinião dos especialistas
A sedação é considerada segura desde que realizada por um médico anestesista e em um hospital ou clínica com estrutura adequada. É necessário o uso de equipamentos hospitalares que permitam o monitoramento da pressão arterial, oxigenação e batimentos cardíacos do paciente.
A coordenadora do Serviço de Anestesia do Hospital Moriah, Diná Mie Hatanaka, explica que, por meio desses dispositivos, é possível avaliar se a sedação está muito profunda, se o paciente sente dor e qual é o nível de oxigênio no sangue — o que é fundamental para evitar uma parada cardíaca. “A pressão arterial é um sinal importante, que nos ajuda a balizar nossa anestesia”, observa.
Fonte: R7
Foto: Divulgação/Agência Brasil/Arquivo