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Campinas assume compromissos globais na COP30 com adesão a pactos de sustentabilidade

Campinas assume compromissos globais na COP30 com adesão a pactos sobre biometano, mobilidade ativa, adaptação em Saúde e resiliência ao calor

O prefeito de Campinas, Dário Saadi, deu aval para a adesão do município a quatro importantes pactos globais de sustentabilidade durante a 30ª Conferência das Partes (COP30), em Belém (PA). Acompanhado por uma delegação de técnicos da Secretaria do Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade (Seclimas), comprometeu-se com iniciativas voltadas à energia limpa, à mobilidade sustentável, ao enfrentamento de ondas de calor e ao primeiro plano internacional de ação sobre adaptação climática dedicado exclusivamente à saúde.

Os compromissos assumidos visam acelerar a transição para uma economia de baixo carbono, promover a mobilidade sustentável e aumentar a resiliência da cidade frente aos eventos climáticos extremos.

“Com essas ações, Campinas demonstra na principal conferência climática do mundo seu engajamento em transformar compromissos em ações concretas, posicionando-se como uma cidade alinhada à agenda de sustentabilidade no Brasil”.

Compromisso com a Energia Limpa: Pacto das Cidades pelo Biometano

Um dos principais anúncios foi a adesão ao Pacto das Cidades pelo Uso de Biometano de Resíduos Sólidos. O acordo estabelece quatro eixos de atuação:

– Estímulo à produção e uso progressivo do biometano na indústria e comércio.

– Promoção de políticas públicas e incentivos para ampliar o uso de combustíveis limpos, inclusive na frota pública, fortalecendo a economia circular.

– Divulgação de resultados e boas práticas para inspirar outros municípios.

– Agilização de licenças e autorizações necessárias para cumprir os compromissos.

Campinas já possui projetos alinhados a essas metas. A cidade aderiu ao programa estadual Integra Resíduos, que prevê a instalação de um biodigestor para tratar a matéria orgânica do lixo e transformá-la em biometano, um combustível alternativo. Outra iniciativa de destaque é a Usina Verde Sustentável (UVS), que transforma resíduos em fertilizante orgânico registrado no MAPA, utilizando compostagem com baixa geração de carbono. A prefeitura também destacou que parte da frota de coleta de lixo já é elétrica, reduzindo as emissões, e que as cooperativas de reciclagem reinserem aproximadamente 6% de todos os resíduos gerados na cidade na cadeia produtiva, praticando a economia circular.

Mobilidade Sustentável: Adesão à COP30 Bike Ride

Em sintonia com a busca por soluções de mobilidade de baixo impacto, Campinas também aderiu à COP30 Bike Ride. Esta é uma iniciativa cidadã e autossustentável que percorreu aproximadamente 30.000 km, passando por 20 países, para levar a mensagem da ação climática e incentivar o uso diário da bicicleta como solução prática.

Ao aderir à iniciativa, Campinas se compromete a integrar o ciclismo em seus planos climáticos para 2030, somando-se a cerca de 60 administrações que já assumiram publicamente o compromisso de promover políticas para melhores ciclovias, ruas mais seguras e mobilidade integrada.

Enfrentando o Calor: Adesão ao Pacto Global de Resfriamento

A delegação campineira também participou do Mutirão do Calor, iniciativa da Presidência brasileira da COP30 em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Como resultado, Campinas tornou-se uma das 185 cidades no mundo e uma das 80 brasileiras a aderirem ao Compromisso Global de Resfriamento.

O objetivo deste pacto é construir resiliência ao calor por meio de soluções inclusivas e de baixo carbono. Por ser um município que já possui um Plano de Ação Climática (PLAC) e projetos como os corredores verdes, Campinas se encaixa nas categorias de ação do acordo e poderá receber apoio internacional para desenvolver e ampliar suas políticas e projetos de adaptação ao clima.

Plano de Ação em Saúde de Belém
Campinas será signatária, também, do Primeiro Plano Internacional de Adaptação Climática dedicado exclusivamente à saúde. O documento apresenta ações concretas para que os países possam preparar os seus sistemas de saúde e responder aos efeitos das mudanças climáticas na saúde das populações do mundo todo, especialmente as mais vulneráveis.
Linhas de Ação
1- Vigilância e Monitoramento: implementar e fortalecer sistemas de vigilância e monitoramento em saúde informados pelo clima, que sejam integrados, interoperáveis, inclusivos e participativos, levando em conta as necessidades das populações em situações de vulnerabilidade.
2 – Políticas, Estratégias e Fortalecimento de capacidades baseados em evidências: fortalecer as capacidades nacionais e locais e acelerar a implementação de políticas e soluções baseadas em evidências por meio de abordagens multidisciplinares, intersetoriais e participativas, considerando a equidade em saúde, a “justiça climática” e a governança inclusiva, com a participação ativa de grupos relevantes, como povos indígenas, comunidades tradicionais e locais, e a sociedade civil, em todas as etapas da formulação de políticas e tomada de decisões.
3 – Inovação, Produção e Saúde Digital: promover a pesquisa, o desenvolvimento, a aplicação e o acesso equitativo a tecnologias e abordagens inovadoras que atendam de forma eficaz às necessidades de saúde das diferentes populações. Aprimorar a resiliência e a sustentabilidade da fabricação e da cadeia de suprimentos de produtos essenciais à saúde, tornando a infraestrutura, os equipamentos, os insumos e os serviços resistentes ao clima, incluindo a integração de soluções digitais e inovações em saúde inteligentes para o clima.
Foto: Prefeitura de Campinas
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