Picape mais vendida do Brasil em 2025 soma robustez e confiabilidade, mas cobra caro e já denuncia a idade do projeto
Não tem como falar em picapes médias no Brasil sem citar a Toyota Hilux. Líder absoluta do segmento, o modelo já ultrapassou 45 mil unidades vendidas entre janeiro e novembro de 2025, segundo a Fenabrave, mantendo quase 50% de vantagem sobre rivais diretas como Ford Ranger e Chevrolet S10.
Mas a liderança não significa perfeição. Em teste com a versão SRX, uma abaixo da topo de linha e tabelada em R$ 346.890, a Autoesporte listou cinco razões para comprar e cinco motivos para pensar bem antes de entrar em uma concessionária da marca japonesa.
Por que comprar a Toyota Hilux
- Confiabilidade e robustez
O maior trunfo da Hilux segue sendo a durabilidade. O motor 2.8 turbodiesel, de 204 cv e 50,9 kgfm, aliado ao câmbio automático de seis marchas e à tração 4×4, é reconhecido pela resistência ao uso severo. Em algumas regiões do país, a picape é praticamente unanimidade. Para reforçar essa imagem, a Toyota oferece até 10 anos de garantia. - Bom desempenho geral
Apesar de não ser a mais rápida da categoria, a Hilux entrega desempenho sólido. Ela acelera de 0 a 100 km/h em 10,4 segundos, tempo semelhante ao da Ranger e melhor que o de rivais como Fiat Titano, Mitsubishi Triton e GWM Poer P30. - Excelente aptidão off-road
Com 28,6 cm de vão livre do solo, a Hilux encara trilhas com facilidade e supera concorrentes como S10 e Ranger nesse quesito. Só fica atrás da Nissan Frontier. - Alta capacidade de reboque
Mesmo com capacidade de carga de 1.005 kg, dentro da média do segmento, a Hilux se destaca ao rebocar até 3.500 kg, bem acima da Ford Ranger, que leva 2.750 kg. - Itens úteis de série
A versão SRX traz capota marítima de fábrica, um item raro até mesmo entre versões topo de linha das concorrentes, que cobram caro pelo acessório.
Por que pensar duas vezes
- Direção hidráulica pesada
Fiel ao conceito raiz, a Hilux ainda usa direção hidráulica, enquanto rivais já adotaram direção elétrica. Na prática, o volante é mais pesado em manobras, especialmente na cidade. - Freios traseiros a tambor
A picape é uma das poucas do segmento que ainda utilizam freios a tambor na traseira, enquanto Ranger, Frontier, Titano e Poer já contam com discos nas quatro rodas. - Consumo elevado
O consumo também pesa contra. Segundo o Inmetro, a Hilux faz 9,3 km/l na cidade e 10 km/l na estrada, números inferiores aos da maioria das concorrentes. - Lista de equipamentos defasada
O interior denuncia a idade do projeto, com painel simples, tela de instrumentos de apenas 4,2 polegadas e ausência de itens já comuns no segmento, como freio de estacionamento eletrônico, alerta de ponto cego, monitoramento da pressão dos pneus e carregador por indução. - Projeto antigo
A atual geração da Hilux está no mercado desde 2015 e praticamente não mudou desde então. Uma renovação profunda já foi apresentada na Tailândia e deve chegar ao Brasil entre o fim de 2026 e o início de 2027, o que pode fazer muitos consumidores preferirem esperar.
Mesmo com defeitos evidentes, a Toyota Hilux segue como referência no segmento, principalmente para quem prioriza robustez, durabilidade e valor de revenda. Ainda assim, diante do preço elevado e da evolução das rivais, vale colocar tudo na balança antes da compra. (Renan Isaltino)
Foto: divulgação Toyota











