Até então, produtos brasileiros eram taxados em 50% — uma das maiores tarifas impostas pelo governo republicano
O Brasil seguirá enfrentando tarifa de 40% para exportações aos Estados Unidos, mesmo após o anúncio do presidente Donald Trump sobre a retirada de taxas para itens como carne, café e frutas. Até então, produtos brasileiros eram taxados em 50% — uma das maiores tarifas impostas pelo governo republicano.
A taxa atual resulta da combinação de duas medidas: 10% de tarifas “recíprocas”, anunciadas em abril, somadas ao adicional de 40% estabelecido por decreto no fim de julho. No documento, Trump afirma ter tomado a decisão “após considerar informações e recomendações de autoridades, o andamento das negociações com diversos parceiros comerciais, a demanda interna atual por certos produtos e a capacidade interna atual de produção”.
O texto também prevê reembolso de tarifas cobradas caso a implementação da nova ordem exija devoluções, seguindo os procedimentos da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA.
Apesar do recuo parcial, Trump reforçou que o secretário de Comércio e o Representante Comercial dos Estados Unidos continuarão monitorando o que o republicano chama de “emergência” relacionada ao déficit comercial norte-americano.
Outros países também foram afetados
As mudanças anunciadas nesta sexta-feira não atingem apenas o Brasil. Tomates importados do México, um dos principais fornecedores para o mercado norte-americano, continuarão sujeitos a tarifa de 17%. Essa taxa entrou em vigor em julho, após o fim de um acordo comercial que durou quase 30 anos. Desde então, os preços do tomate nos EUA subiram rapidamente, impulsionados pelas tarifas e pela baixa oferta interna.
Diversos produtos que deixarão de ser tarifados sob o regime de reciprocidade registraram, nos últimos anos, alguns dos maiores aumentos de preço desde o início do governo Trump, em parte devido às próprias taxações e à produção interna insuficiente.
Ao detalhar a nova ordem executiva, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que as medidas visam produtos “que não são cultivados nos Estados Unidos”, como café e bananas — embora pequenas regiões do país produzam café, a maior parte da demanda norte-americana depende da importação. (Renan Isaltino)
Fonte: Reuters
Foto: Kaylee Greenlee Beal/Reuters











