As ações chegaram ao menor patamar desde o IPO, em 2018
As ações da Hapvida desabaram na Bolsa de Valores nesta quinta-feira (13), após a divulgação dos resultados financeiros do terceiro trimestre de 2025. O balanço, apesar de mostrar lucro, trouxe sinais de enfraquecimento operacional que irritaram investidores e levaram o papel a registrar uma das maiores quedas de sua história recente.
De acordo com os dados divulgados, a Hapvida registrou lucro líquido ajustado de cerca de R$ 338 milhões, um crescimento de 12,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Porém, o avanço no lucro não foi suficiente para apagar as preocupações do mercado. O EBITDA ajustado caiu 17,6%, chegando a aproximadamente R$ 746 milhões, e a sinistralidade — indicador que mede o quanto a empresa gasta em relação ao que arrecada — subiu para 75,2%, acima das projeções.
A reação foi imediata: os papéis HAPV3 despencaram entre 40% e 46% no pregão, levando a companhia a perder bilhões em valor de mercado. As ações chegaram ao menor patamar desde o IPO, em 2018.
Analistas de grandes bancos reavaliaram a situação da empresa. O J.P. Morgan rebaixou a recomendação das ações de “compra” para “neutra” e reduziu o preço-alvo projetado. O BTG Pactual também revisou para baixo suas estimativas, reduzindo a previsão de lucro e EBITDA para 2025, embora tenha mantido a recomendação de compra.
O clima de desconfiança se intensificou por uma série de fatores: crescimento abaixo do esperado no número de beneficiários, tíquete médio menor, aumento de despesas administrativas e alta rotatividade de clientes. Além disso, a companhia registrou fluxo de caixa livre negativo, um alerta importante para investidores.
A avaliação predominante no mercado é de que a Hapvida enfrenta desafios estruturais que não devem ser resolvidos a curto prazo. A combinação de custos elevados, margens pressionadas e desempenho comercial fraco levanta dúvidas sobre a capacidade da empresa de se recuperar rapidamente.
A Hapvida ainda não se manifestou oficialmente sobre a repercussão no mercado. O setor aguarda os próximos movimentos da companhia para entender se haverá revisão de estratégias e esforços para recompor a confiança de investidores. (Renan Isaltino)











