Portal Veloz

Prefeitura de Americana admite desafios ambientais na Represa do Salto Grande; entenda

Segundo o DAE, eutrofização é um problema antigo e a recuperação total da represa ainda é um “desafio a ser vencido”

Após questionamentos enviados pela redação do Portal Veloz, parceiro do R7, sobre a denúncia de despejo de esgoto na Represa do Salto Grande, a Prefeitura de Americana, por meio do Departamento de Água e Esgoto (DAE), confirmou que tem conhecimento dos problemas de poluição no local. Segundo nota oficial, o processo de eutrofização, ou seja, processo de poluição que ocorre em corpos de água causado, principalmente, pelo acúmulo de matéria orgânica e nutrientes, é de longa data e envolve contribuições de diversos municípios da bacia do Rio Atibaia.

A resposta destaca que, embora os índices de tratamento de esgoto tenham melhorado nos últimos anos, a remoção de nutrientes como nitrogênio e fósforo ainda é insuficiente. Essa deficiência acaba favorecendo a proliferação de algas e plantas aquáticas (macrófitas), afetando a qualidade da água e escurecendo o aspecto visual do reservatório.

“Em relação ao saneamento, a bacia do Rio Atibaia, além de parte de Americana, possui dez municípios contribuintes, cujos efluentes são lançados às águas que chegam à represa”, informou o DAE.

A Prefeitura também afirmou que não foram identificados grandes problemas no tratamento de esgoto na região, mas reconheceu que o tratamento terciário — necessário para remover os nutrientes — ainda representa um desafio técnico e operacional, sobretudo em corpos d’água parados, como é o caso da represa.

Fiscalização e providências

Questionado sobre as medidas adotadas para apurar possíveis irregularidades e proteger a represa, o DAE informou que a CETESB realiza fiscalizações frequentes, incluindo na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Praia Azul, responsável por lançar efluentes tratados na represa.

“A ETE Praia Azul opera normalmente realizando o tratamento de todos os efluentes gerados na bacia de contribuição, com índices de eficiência em total conformidade com a legislação vigente”, destacou na nota enviada.

Ainda segundo o comunicado, o DAE disse que mantém ações conjuntas com órgãos fiscalizadores estaduais e municipais, e afirmou que esforços contínuos são realizados para garantir a correta operação do sistema de esgotamento sanitário na região.

Apesar das medidas, a administração municipal reconhece que condições climáticas extremas, como períodos prolongados de estiagem e calor intenso, agravam o problema da proliferação de algas e prejudicam ainda mais a qualidade da água da represa.

 

Foto: Câmara de Piracicaba

×

Buscar no Portal Veloz