A declaração foi dada em coletiva de imprensa e faz referência ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou nesta terça-feira (09) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “não tem medo de usar o poder econômico e militar do país para proteger a liberdade de expressão em todo o mundo”. A declaração foi dada em coletiva de imprensa e faz referência ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus do chamado núcleo 1 da trama golpista, em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
Apesar da fala, Leavitt descartou, por ora, novas medidas econômicas contra o Brasil. Segundo ela, não há previsão de ampliar o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA, em vigor desde 6 de agosto. A taxação foi anunciada por Trump em julho, sob a justificativa de que Bolsonaro seria vítima de uma “caça às bruxas”.
“A liberdade de expressão é, possivelmente, a questão mais importante do nosso tempo. O presidente leva esse tema muito a sério, razão pela qual adotamos ações significativas em relação ao Brasil, tanto na forma de sanções quanto no uso de tarifas”, declarou Leavitt, acrescentando que Trump “assegura que a liberdade de expressão permaneça também dentro dos Estados Unidos”.
Críticas a Alexandre de Moraes
Na segunda-feira (08), o subsecretário de Diplomacia Pública dos EUA, Darren Beattie, também se manifestou sobre o julgamento de Bolsonaro. Em publicação nas redes sociais, ele disse que Washington “continuará a tomar medidas cabíveis” para garantir “liberdade e justiça” aos brasileiros.
Beattie citou o Dia da Independência, celebrado em 7 de setembro, e criticou diretamente o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF. “Para o ministro Alexandre de Moraes e os indivíduos cujos abusos de autoridade têm minado essas liberdades fundamentais – continuaremos a tomar as medidas apropriadas”, escreveu.
Nos últimos meses, o governo Trump adotou sanções contra autoridades brasileiras, entre elas o cancelamento de vistos diplomáticos e a aplicação da Lei Magnitsky a Moraes, medida que impõe restrições econômicas a indivíduos acusados de violar direitos humanos.
O julgamento em curso no STF apura a responsabilidade de Bolsonaro e aliados na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. (Renan Isaltino)
Foto e Fonte: R7