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Alckmin cobra celeridade do Congresso em medidas contra tarifaço dos EUA

Vice-presidente defendeu plano de contingência e criticou atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos

 O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou neste sábado (16) que espera uma “resposta rápida” do Congresso às medidas anunciadas pelo governo federal para enfrentar o tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras.

 “O Legislativo tem papel importante a cumprir em dar resposta rápida. Tenho certeza que vai ser rapidamente analisada e votada pelo Congresso”, disse Alckmin, em referência ao plano de contingência desenhado pela equipe econômica.

 Entre as principais iniciativas estão o Reintegra e o drawback.

 Reintegra: prevê a devolução, em forma de crédito tributário, de parte dos impostos pagos ao longo da cadeia produtiva. O impacto estimado é de até R$ 5 bilhões, mas, segundo Alckmin, não se trata de gasto público, já que se refere a créditos a que os exportadores têm direito.

 “Isso não deveria ter impacto fiscal, porque é resíduo tributário. Você antecipa algo que já seria devolvido. Não pertence ao governo porque há imunidade tributária para exportação”, explicou.

 Drawback: amplia em um ano o prazo para que empresas comprovem exportações de produtos fabricados com insumos importados ou adquiridos no Brasil com suspensão tributária. Caso não cumpram a regra, ficam sujeitas a juros e multa.

 Questionado sobre possíveis resistências no Congresso, sobretudo diante de ajustes na meta fiscal, Alckmin reforçou que o governo busca celeridade e que as medidas não devem ser vistas como aumento de gasto.

 Alckmin também comentou a viagem do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) aos Estados Unidos, onde ele relatou ter se reunido com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, e o blogueiro bolsonarista Paulo Figueiredo, no dia 13.

 A data coincidia com um encontro previamente marcado entre Bessent e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que acabou desmarcado. O vice-presidente classificou a atuação do parlamentar como “lamentável”.

 “É lamentável que brasileiros continuem trabalhando contra o Brasil”, afirmou.

 Mesmo diante do tarifaço, Alckmin destacou que o Brasil segue em diálogo com os EUA para reverter a decisão. Ele lembrou que 74% dos produtos norte-americanos vendidos ao Brasil não têm imposto.

 Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que a tarifa média real paga por produtos dos EUA no Brasil em 2023 foi de 2,7%, desconsiderando os itens isentos.

 “Tem parceiro melhor, um parceiro bom como o Brasil para os EUA?”, questionou o vice-presidente. (Renan Isaltino)

Fonte e Foto: R7

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