Medida atende pedido da defesa de Marcelo Câmara, que apontou contradições nos depoimentos prestados por Mauro Cid à PF
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou nesta quarta-feira (6) a realização de uma acareação entre o tenente-coronel Marcelo Câmara, ex-assessor do então presidente Jair Bolsonaro (PL), e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. O encontro foi marcado para o dia 13 de agosto, na sala de audiências do STF, em Brasília.
A medida atende a um pedido da defesa de Marcelo Câmara, que apontou contradições nos depoimentos prestados por Mauro Cid à Polícia Federal. Entre os pontos levantados estão a discussão de minutas golpistas no Palácio da Alvorada, o suposto monitoramento do ministro Moraes e relatos considerados inconclusivos sobre esse acompanhamento.
Como Marcelo Câmara está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, Moraes autorizou seu deslocamento ao STF com o uso de tornozeleira eletrônica, ressaltando que ele não poderá se comunicar com nenhuma pessoa além de seus advogados durante o período.
“O réu preso Marcelo Câmara Costa deverá comparecer pessoalmente, mediante a instalação de equipamento de monitoramento eletrônico durante o período necessário para o deslocamento e realização da acareação, mantida a proibição de se comunicar com qualquer pessoa que não seja seu advogado”, registrou Moraes no despacho.
A acareação é parte das investigações conduzidas no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado e o envolvimento de aliados próximos de Bolsonaro em ações contra a ordem democrática.
Ministro autoriza visitas familiares a Bolsonaro
Na mesma decisão, o ministro Alexandre de Moraes também autorizou visitas de familiares ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que desde segunda-feira (4) cumpre prisão domiciliar por violar medidas cautelares impostas pelo STF.
Poderão visitar Bolsonaro, sem necessidade de comunicação prévia, seus filhos, netos, netas e cunhadas. No entanto, o ministro reforçou que as visitas devem respeitar todas as condições previamente determinadas, incluindo a proibição de uso de celular, registros por vídeo e qualquer tipo de exposição pública.
A decisão foi assinada na manhã desta quarta-feira (6) e faz parte do processo que investiga a atuação do ex-presidente em uma suposta trama golpista, além de episódios de obstrução de Justiça.
Fonte: R7
Foto: Ton Molina/STF