Alunos de escolas municipais recebem aulas de plantio e colheita dos alimentos e participam de todas as etapas, da escolha de sementes ao preparo de verduras e legumes
As mãos sujas de terras são um indício de que os alunos Centro de Educação Infantil (CEI) Leonor Motta Zuppi, no Distrito de Barão Geraldo, cuidam com todo zelo das mudas de cenoura, berinjela, alface e tomate que integram a horta da escola. No espaço reservado ao cultivo, as crianças participam de todas as etapas do processo de plantação das verduras e legumes.
São eles que, com a ajuda dos professores, preparam o solo, escolhem as sementes, cuidam das mudas e colhem os alimentos. “Eu estou cavando um buraco para colocar uma mudinha, gosto de plantar para depois comer”, conta o pequeno Pedro Macedo, de 3 anos.
Para a professora Edilene de Moraes, de 57 anos, o plantio é um momento de desenvolvimento para os seus alunos. “Um dia desses nós viemos na horta e eu percebi que as crianças já sabem identificar algumas das mudas, como o manjericão, o alecrim”, explica.
Outra escola que cultiva uma horta em seu espaço é Escola Municipal de Ensino Fundamental e Educação Integral (EMEFEI) Orlando Carpino, no Jardim Ouro Branco. “A horta é bem legal, quase todas as segundas-feiras a gente vem regar as plantas e às vezes nós colhemos algumas coisas, como rabanete e cenoura”, conta Agatha Jacira, de 9 anos.
Assim como Agatha, diversos alunos acompanham de perto o crescimento das verduras e legumes e participam ativamente das tarefas. A horta faz parte da rotina da escola e está integrada ao projeto pedagógico, funcionando como uma ação interdisciplinar. “A horta consegue aumentar a bagagem das crianças em relação à biologia, meio ambiente e tudo que está associado, ela é interdisciplinar”, afirma a diretora Elaine Cristina Gomes da Silva.
Escolas interessadas em cultivar hortas em seus espaços podem procurar a Coordenadoria de Nutrição Escolar para receber as orientações.
Cozinha Escola
Além do contato com as frutas e legumes, por meio das hortas nas escolas, os alunos das escolas municipais também podem visitar o projeto Cozinha Escola oferecido pela Centrais de Abastecimento (Ceasa). “A proposta é conversar com eles sobre a importância de ter uma alimentação saudável, as razões para evitar os alimentos ultraprocessados e também abordamos todos os grupos de alimentos”, conta a nutricionista da Ceasa, Kátia Alves.
Criado em 2018, o objetivo do projeto é reforçar o ensino da alimentação saudável e, após as palestras, as crianças saem encantadas. “Foi muito legal vir aqui, eu gostei de aprender sobre a alimentação saudável, depois de hoje quero comer melhor. Antes eu comia muito doce, chocolate e não tinha equilíbrio com as comidas, agora quero comer balanceado”, contou a pequena Isabela Nogueira, de 8 anos, aluna da Escola Municipal de Ensino Fundamental Correa de Melo, no Parque Universitário.
Na segunda-feira, 16, foi realizada uma formação para os integrantes do projeto Alimentação Escolar, do Planejamento Estratégico Institucional (PEIP), e para a equipe técnica de nutricionistas das Centrais de Abastecimento de Campinas (Ceasa). O grupo participou de uma oficina na Fazendinha Feliz, localizada na Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), sobre a preparação de canteiros para o cultivo de temperos. Essa formação faz parte de uma das ações previstas para incentivar as hortas escolares e ampliar as possibilidades e descobertas de sabores na alimentação oferecida às crianças nas escolas do município.
Foto: divulgação