O aiatolá Ali Khamenei, prometeu não demonstrar “misericórdia” contra Israel
O cenário de tensão no Oriente Médio ganhou novos capítulos nesta terça-feira (17), com declarações contundentes do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, que prometeu não demonstrar “misericórdia” contra Israel. Mesmo após sucessivas baixas nas fileiras militares iranianas e diante de ameaças à sua própria vida, Khamenei utilizou a rede social X para endurecer o tom contra o inimigo. “Devemos dar uma resposta forte ao regime terrorista sionista [de Israel]. Não mostraremos misericórdia aos sionistas”, escreveu.
A escalada no conflito teve início com um “ataque preventivo” realizado por Israel, que alegou ter como principal objetivo atingir o programa nuclear iraniano e impedir que o país desenvolva uma arma atômica. A operação militar, batizada de “Leão Ascendente”, foi rapidamente respondida por Teerã com uma ofensiva maciça composta por drones e mísseis lançados contra o território israelense.
O confronto chega ao seu quinto dia consecutivo, com um saldo de mais de 240 mortos entre civis e militares nos dois países. Em pronunciamento no sábado (14), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que a ofensiva irá continuar e prometeu ataques contra todas as bases iranianas envolvidas no conflito.
Enquanto isso, Israel voltou a ser atingido nesta terça por uma nova onda de mísseis lançados pelo Irã, intensificando o clima de guerra aberta. Diante da gravidade da situação e da ausência de uma solução diplomática, o líder iraniano passou a ser alvo direto não apenas do governo israelense, mas também dos Estados Unidos.
O presidente norte-americano, Donald Trump, exigiu a rendição incondicional do Irã e afirmou que a vida de Khamenei “não corre risco, ao menos por enquanto”. Israel, por sua vez, tem pressionado seus aliados ocidentais por uma resposta mais dura, solicitando apoio militar direto dos EUA nas operações contra o regime iraniano.
Com a possibilidade de uma intervenção internacional crescente e a ausência de canais diplomáticos eficazes, o conflito ameaça se transformar em uma guerra regional de proporções ainda mais devastadoras. (Renan Isaltino)
Fonte: Reuters
Foto: R7