O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) solicitou à Justiça Eleitoral a cassação do mandato do prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), e do vice, Wanderley de Almeida (PSB), além da declaração de inelegibilidade de Saadi por oito anos. O pedido se baseia em uma ação que acusa a chapa de abuso de poder político e econômico durante a campanha de reeleição em 2024.
A manifestação do MP é uma resposta à ação proposta pela coligação “Campinas – Uma Cidade Pra Todos”, liderada pelo deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania), que foi derrotado por Saadi nas urnas. A coligação também reúne partidos como União Brasil, PSDB, PDT, Agir e PMB.
Segundo o parecer assinado pelo promotor eleitoral Guilherme Athayde Ribeiro Franco, o prefeito teria se utilizado da máquina pública para fins eleitorais em pelo menos três ocasiões. Entre os episódios citados estão a gravação de um vídeo institucional no Centro Dia do Idoso em setembro de 2024, a divulgação de material de comunicação institucional durante o período eleitoral, e uma visita à empresa Benassi, onde Saadi teria feito um discurso com conteúdo de campanha dentro das dependências privadas, o que é vedado por lei.
O promotor aponta que essas condutas violam o artigo 73 da Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997), que proíbe o uso promocional de bens e serviços públicos por candidatos, visando proteger a igualdade na disputa eleitoral. O caso ainda está sob análise da 33ª Zona Eleitoral de Campinas.
Saadi já enfrentou questionamentos semelhantes. Em abril, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) que o absolvia em outra ação com alegações parecidas. Naquele processo, também foi contestado o uso de estruturas públicas para gravação de vídeos de campanha, mas o ministro André Mendonça rejeitou o recurso da coligação adversária, mantendo a validade da candidatura do prefeito.
Ele foi reeleito no primeiro turno com 66,7% dos votos válidos. Dário Saadi segue no cargo enquanto aguarda o desfecho do novo processo judicial.
Confira na íntegra o parecer oficial da Prefeitura de Campinas sobre o caso:
Foto: Prefeitura de Campinas